Magnus!

4ºEpisódio
Capitulo I 

Após nos lavarmos e nos vestirmos adequadamente Emka e eu descemos ao salão principal onde Magno estava falando sobre sua espada com Dseyvar e contava com entusiasmo como ganhou ela. Insisti para que ele continuasse, mas que começasse do início. Assim que terminássemos nossa refeiçãoLindas e famintas sentamo-nos a mesa para a refeição enquanto os dois nos olhavam como bobos. Emka pediu aos dois que nos acompanhasse. Magno chegou a perder a cor com o pedido da elfa, mas empolou o peito e se aproximou. Dseyvar muito galante pediu que nos apresentássemos a recém-chegada. Depois das apresentações nos alimentamos em silêncio.
Ao termino de tão saborosa alimentação que era uma torta de morangos silvestres e um suco de laranjas feito por Suliah. Fomos para a varanda, logo, logo amanheceria e eu estava precisando ir ao rio. Estávamos todos em silêncio, o que deixava Dseyvar constrangido, então ele começou a fazer perguntas que a elfinha respondia prontamente. Até que chegou a parte em que Dseyvar confessou ser meio elfo. Emka arregalou os belos olhos azuis e disse;

- Não existe “meio-elfo”  As crias de elfos e humanos são mortais. Desígnio da Deusa Febeh!
- “Todos aqueles que têm o sangue de humanos mortais, em qualquer parte que seja, pequenina ou imensa serão mortais”.

- Sim minha preciosidade! Mas existe o caso em que possamos ter outro destino. Como a escolha por uma grande autoridade. No meu caso por ser filho de Um elfo que nasceu de um humano e um elfo, ele pôde escolher a que família pertencer e escolheu ser elfo. Eu sou filho de um elfo com um semideus. O que me deu também a escolha de que família pertencer, mas meus pais escolheram por mim. Retrucou Dseyvar enquanto Magno apenas observava.

A Elfa disse que no povo em que ela pertence não podem escolher. E que se um deles tiver uma cria com humano, essa cria será humana. O que eles não querem de maneira nenhuma. Porque não querem ver suas crias crescerem envelhecer e morrer enquanto eles continuariam viçosos e bonitos. Esse assunto estava fazendo mal ao Cigano que pediu licença para se retirar.
Claro que não permitimos! E para acabar com esse assunto que fazia mal a ele, pedimos que ele nos contasse sobre a sua espada porque ficamos curiosas ao vê-lo contar a Dseyvar.
Emka falou para que ele contasse sim, que ela adora ouvir sobre as aventuras dos seus amigos.

.Magno sentiu-se lisonjeado por ser considerado um amigo da elfinha. Que não parava de olhar os belos músculos do cigano que estava sem camisa, por ter tirado e coberto o corpo dela quando chegou toda rasgada. Emka havia descido com a camisa dobrada, mas esqueceu de devolver ou gostou de olha-lo assim. A Lua cheia derramava seus raios na varanda deixando Magno com o olhar pensativo. Porque para o povo cigano, a Lua cheia é o maior elo com o “sagrado”. O brilho da lua refletia no medalhão de Magno deixando Emka encantada sem conseguir desviar os olhos. O medalhão do Cigano simbolizava proteção. E era usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Era um círculo com uma estrela no centro! A estrela possuía seis pontas, formando dois triângulos iguais, que indicavam a "igualdade entre o que está a cima e o que está a baixo". Representava sucesso e evolução interior. A Estrela Cigana é o símbolo dos grandes chefes ciganos. Com muito esforço a elfa tirou os olhos do peito do cigano e perguntou:

- E aí cigano vai contar ou não? Estou curiosa sobre voce e seu mestre.

Magno se assustou com essa afirmação e perguntou:

- Voce sabe quem é meu Mestre?

- Ainda não! Mas espero que me fale sobre!

- Está bem! Vou começar do início como Sigel pediu sobre o dia da invasão à mansão.

"Narração de Magno"


A entrada da mansão estava destruída.
Meu mestre observava os invasores junto ao Hector. Os dois pareciam muito calmos, dada a situação. Eu estava com minha espada na minha frente, com a ponta apontada para baixo e com a mão em cima do cabo usando como apoio. Olhei na direção do portão, que estava em pedaços e comecei a pensar como uma manhã tão boa, com direito a ganhar uma bela espada, estaria num caos desse?

Tudo começou com meu café da manhã as 07:00. Eu não precisava mais sair para caçar, a não ser quando eu quisesse. O mestre Last exigia que o Hector mantivesse provisões para mim. 
Preparei um cuscuz com leite (adoro). Eu não sabia fazer como as ciganas, mas busquei aprender usando livro de receitas e alguns utensílios providenciados por Hector.
Minha nova rotina era, após o café da manhã, uma pequena sequência de exercícios: como corridas, aquecimento e em seguida, estudar por duas horas na biblioteca. O mestre exigia que eu aprendesse a ler corretamente e que estudasse com afinco ou nada de treinos... As vezes eu dormia com ele falando, porque acordava muito cedo e me cansava nos treinamentos, mas logo era acordado com uma reguada bem forte onde fosse visível... Daí uma bronca:

- Preste atenção, garoto!! Você quer ser um ignorante? Conhecimento também é uma forma de ficar forte! – acrescentava Last.

Lembro-me quando ele me contou a história do “Retorno do Rei”. O tal herdeiro do trono, era apaixonado por uma bela Elfa, mas tinha a responsabilidade de guiar os guerreiros, tanto elfos, quanto humanos e anões contra as forças terríveis do mal, que assolavam a terra média. Esse grande guerreiro tinha como amigos: um elfo, um anão e um poderoso mago cinza. Ele foi ao vale dos soldados mortos, invoca-los para que mais uma vez, lutassem ao seu lado. No fim, houve uma grande vitória, graças a um pequeno bolseiro.
Além de toda a batalha, ainda tinha o grande amor de sua vida. Ela era uma Elfa imortal e ele só um humano fadado a morrer, enquanto sua bela assistia. Mas ela desistiu de sua imortalidade para viver todos os dias ao lado do homem que amava…

Mestre Last olhava para o vazio enquanto terminava de contar essa parte final; que parecia até ter ele vivido isso! Para ser sincero, eu estava mais interessado nos guerreiros mortos, na grande batalha. Eu me empolgava com sua narrativa. E de alguma forma, ainda levei uma bronca.

- Você não presta atenção mesmo, hein, garoto!?.

- Não entendi mestre. Por quê?

- Nada. Sua vez irá chegar também. Por hoje chega de estudos, vamos para a sala de treinamento.

Ir para sala de treinamento era sempre muito animador. Eu sempre tinha a oportunidade de lutar. Ainda não era um adversário para o Hector, mas já dava trabalho!
Estava bem rápido. E treinando todos esses anos, adquiri muita força…

- Você está mais forte é ágil pequeno Cigano! Mas precisa de técnica. - dizia Hector.

- Logo, logo você não irá mais desejar isso… "Mordomo"! - eu retrucava sorrindo.

Então segui o mestre para a sala de treino. Chegando lá, logo tirei minha camisa ficando com peito nu. Eu estava com uma calça folgada, leve e que me dava uma boa agilidade além de estar sem chinelos. Os dias de caça nos arredores da Mansão Vladesck e o treinamento árduo fez com que o meu corpo ficasse torneado, ganhasse definições adquirindo músculos potentes! Eu já não era mais uma criança.  Mas apesar disso, o mestre dizia que faltava muito para ser um grande homem; 
(no entanto, eu não sabia bem o que ele queria dizer com isso)
Prendi meu cabelo com um barbante, peguei duas espadas de madeira e segui para o centro do tatame Parei dei um giro de 180 graus e fiz uma pequena provocação ao Hector:

- Parece que você não está tão seguro Hoje! Hein Hector? Está com medo de vir lutar comigo? Pode vir! Vou pegar leve... rs

Hector deu um leve sorriso que mais parecia uma careta. Eu não poderia deixar passar isso e completei:

- Se você tentou rir... Então pare. Deu até medo. E então? Vem ou não?

Mestre Last pareceu gostar da provocação deu um sorriso e caminhou em direção ao centro da sala de treinos e disse:

- Hoje eu serei seu adversário!

Meu coração parou por uns segundos diante da surpresa! Nunca fiquei tão feliz. 
O mestre finalmente iria me ensinar alguma coisa (pensei), eu estava ansioso enquanto meu mestre muito calmamente pegou suas espadas. Sua aura estava tranquila, silenciosa. Ele levantou as espada em forma de ataque e defesa e disse:

- E então "garoto"!Voce vai pegar leve comigo também?

Eu estava ansioso para atacar, mas não via como. Sua aura era calma, mas... Poderosa! 
Senti-me uma formiga indo de encontro a um leão… Ele não deixava sequer uma brecha para que eu fizesse um movimento sem que ele percebesse com muita antecedência. Last pareceu ler meu drama e disse convencido:

- Bem “garoto” Se voce não vem, então eu vou…

E foi mesmo... Não tinha como eu acompanhar tal velocidade. Apenas senti por um instante, sua presença à minha direita e sua espada vindo de encontro ao meu pescoço por trás.
Pulei para frente dando um cambalhota. Rolei para frente e cai de joelhos usando a espada como apoio… Antes que eu protestasse, veio um segundo ataque, agora de frente. Com as duas espadas descendo reto em direção ao meu corpo. Mais uma vez fui obrigado a dar um salto, agora de lado para a lateral. Olhei para o mestre e vi que ele estava sério! Percebi então, que o tempo de brincar de luta tinha acabado. Agora ele queria um duelo sério… Estava literalmente testando minhas habilidades... Sua voz forte me fez sair dos pensamentos.

- E então “garoto”? Se não está disposto a me atacar ou não está pronto para isso, então eu vou…

Desta vez eu não esperei. Corri em sua direção sem saber o que fazer. No desespero!
Ele se virou para mim e esperou meu desesperado ataque. Fiz o primeiro ataque com a espada da mão direita, seguindo com a esquerda. Seus movimentos eram rápidos e sem esforços, ele defendia sem qualquer dificuldade os meus ataques... Esse duelo com meu Mestre foi inesperado... Eu não era tão sem prática assim, mas esperava que quando chegasse o momento de duelar com Last eu soubesse com antecedência para fazer bonito. Ele falou novamente calmo e senhor de si:

- O que houve garoto? Depois de tanto tempo, achei que voce estivesse mais forte.

Fiquei mais sério! Me posicionei melhor no centro do tatame. Mesmo assim ainda não via uma maneira de conseguir fazer muita coisa. Eu estava atacando, mas estava com a mente vacilante. Esperei muito esse momento, mas a diferença entre mestre e discípulo era absurda. Ele estava anos luz à minha frente.
Last fez alguns ataques, em uma velocidade que eu podia acompanhar, mas não consegui acertar um só golpe. Fiquei banhado em suor... Mal conseguia respirar de tão cansado. Enfim, os ataques cessaram. Cai no chão... Mais um pouco e eu teria desmaiado.
Minha respiração estava alta e forte. Hector deixou uma garrafa de água ao meu lado e sem muita demora, bebi em pequenos goles. Não tinha força para mais nada. Last falou com o seu jeito arrogante de sempre:

- Quando empunhar uma arma "garoto". Esteja sempre preparado para arriscar sua vida. Seja quem for que estiver na sua frente irá tentar te matar. Então nunca vacile. Seu adversário não será tão gentil quanto eu e muito menos bonzinho quanto você. Nunca se esqueça disso!!!.

Eu estava prestando atenção nas palavras do meu mestre. Pensei em justificar minha falta de habilidade, mas como sempre meu mestre tinha razão. Então, apenas fiz um gesto com a cabeça em sinal de concordância e agradeci.

Sim Mestre! Obrigado!

Capitulo II

- Hector!

Last o chamou e ele veio com uma espada embainhada segurando com as duas mãos num gesto solene. Entregou ao mestre e voltou para o canto da sala. Last virou para mim e disse;

- Tenho algo para você, “garoto” !

Meus olhos brilharam, meu coração acelerou. Acho que poderiam escutar ele bater a um quilômetro de distância. Me pareceu que eu iria ganhar minha primeira espada.
Meu mestre pegou a espada, retirou da bainha, suspendeu-a para o alto e começou a falar, os olhos dele brilhavam durante sua narrativa:

- Há um pouco mais de cem anos… Havia um vilarejo assolado por ataques de um dragão vermelho. Os guerreiros mais fortes tentaram em vão, lutar contra aquela poderosa ameaça. Mas suas armas não eram páreo para um dragão...
Um anão da tribo de “Laguh” de nome de Zoltan forjou a mais poderosa e resistente espada de toda sua vida. E o mais corajoso e honrado guerreiro "caçador de dragão" a usou para enfim, salvar o vilarejo do grande dragão. O problema era que essa não era uma simples espada. Segundo a lenda; o mestre armeiro havia enfeitiçado a espada para que ela só fosse útil se sacrificasse o usuário. Claro que o guerreiro que iria usar, não sabia disso e foi em direção ao seu destino sem volta. A batalha foi mortífera, a espada parecia ser uma extensão do seu portador e ele, parecia invencível.
A distância do dragão era seu maior oponente pois ele voava. Mas como um último recurso, concentrou toda sua força, energia e orações e por fim, sua própria vida na espada e a lançou como um raio em direção ao dragão. O golpe foi certeiro e o dragão, caiu. A espada destruiu o peito, rasgando a pele, as escamas, a carne e por fim, alcançou o coração do grande dragão vermelho temido por todos!
O jovem guerreiro teve tempo apenas de ver o dragão desabando com seu peso imenso estremecendo a terra... E em seguida... Ele tombou também de lado e sem vida...A espada havia cobrado seu preço!
Zoltan que havia acompanhado o guerreiro e assistido a luta. Arrancou a espada que estava encravada no coração do dragão e a levou de volta ao vilarejo. A ameaça tinha sido vencida, mas infelizmente... O jovem Augusto havia perdido sua vida... Apenas Zoltan sabia o que tinha acontecido... Ele sabia que agora, o jovem caçador de dragões fazia parte daquela espada. Houve comoção, todos choraram a perda do jovem guerreiro. 
Zoltan sentindo-se culpado por tanta dor, pegou a espada e decidiu sela-la para sempre. Aqui está! Um presente para voce "garoto"
Last terminou de contar a história, sem dizer como “ele” conseguiu a espada.
Quando o mestre me deu a espada fiquei quase sem ar! Eu estava ganhando uma espada que matou um dragão vermelho! Um dos mais perigosos.
... Uma pessoa mais inteligente questionaria ter ganhado uma espada com tal poder. Mas não eu! Eu estava encantado. A espada era linda! Poderosa e era Minha.
Quando a toquei pela primeira vez... A espada parecia ter vida... Ou eu estava enlouquecendo. Meu coração, minha respiração pareciam cadenciados em sintonia com a espada. Ela realmente parecia estar viva. Eu a sentia como se fosse uma extensão do meu braço! Era uma espada incrível. Fiz alguns movimentos no ar bradando “minha espada” e meu mestre acrescentou mais um detalhe:

= O mestre armeiro Zoltan Deu a sua espada o nome de:A MATADORA DE DRAGÃO”.

Olhei para Last enquanto abaixava a espada… e disse convicto:

- Acho que o jovem guerreiro sabia que talvez não voltasse naquele dia.
Ele estava indo lutar com um dragão vermelho! E sabia com certeza, que arriscaria a sua vida por muitas outras pessoas. Sabia sim! Mas não hesitou em ir de encontro ao seu destino...
Vou mudar o nome da espada para "Magnus". Essa espada carrega os sonhos e lembranças de um grande guerreiro. Acho que o jovem ficaria feliz com isso.

Meu mestre fez um muxuxu e disse que seria uma falta de respeito para com o criador e antes que ele continuasse. Voltei a falar

- Talvez eu não seja digno de fazer um grande feito, quanto o Augusto fez, mas vou usar essa espada para enfim, conseguir realizar meus sonhos. Vou usá-la da melhor maneira e sempre com muito orgulho por ter pertencido a um grande guerreiro!

Last iria falar mais alguma coisa... Mas... Uma grande explosão, vindo de fora da mansão, o fez hesitar e quando estava saindo me disse que eu poderia fazer como quisesse enquanto sumia. Hector o acompanhou.
Eu não tinha tempo para ficar apreciando minha espada, também queria ver o que estava acontecendo.
Um grito de guerra me tirou dos meus pensamentos e eu, ainda sem bem entender a situação, estava diante de pelo menos uns cinquenta caçadores de recompensas...
Olhei aquela multidão vindo na nossa direção... Apontei para um gigante e feio. Virei para o meu mestre e perguntei.

- Aquela coisa grande ali, seria um Orc?

Acho que ele te escutou “garoto”!

 Disse o Mestre ignorando nossa situação e continuou…

- Por um acaso você já ouviu falar na expressão: “no olho do furacão”?


- Não mestre! Nunca! Eu respondi e pensei: - “ No que será que ele está pensando”?

Como meu mestre não era do tipo de ficar com trocadilhos e principalmente numa hora como aquela. Como se ouvisse meus pensamentos me disse:;

- Você já conseguiu aprender a deixar seu corpo mais resistente com treinos. Chegou a hora de mostrar o quanto é isso. Use toda sua energia, se torne um com sua espada e adaga

(ele me disse isso, porque eu sempre andava com minha adaga pós, peguei o hábito de usar duas espadas, mesmo que ainda não fosse bom o suficiente),

- Torne-se um com elas e prepare-se! Repetiu Last...

Eu não sabia bem o que meu mestre iria fazer, mas obedeci. Basicamente teria que enrijecer meu corpo ao ponto de parecer que estava usando uma couraça de ferro e me tornaria um com as espadas. Até então, não tinha muita dificuldade. O Mestre estalou os dedos e em volta de mim... Um ciclone foi se formando.

- Não tenho tempo para ficar brincando com essa quantidade de inimigos, espero que você consiga diminuir pelo menos a metade… disse ele.

O vento forte aos poucos foi fazendo parte do meu corpo é em seguida escutei ele me mandar abrir os braços. Meu corpo começou a girar em junção do ciclone. Eu ainda tentei protestar…

- Mas... Mestre! …

- Agora não garoto!

Eu estava parecendo um peão. Com meus braços abertos, espadas em punho e o corpo flutuando. Comecei a entender o que ele pretendia:
Que eu me tornasse uma navalha gigante!
Porém, tinha um grande problema que eu não tive tempo de falar.
O Mestre fez mais um movimento e eu não vi mais nada... Estava rápido demais...
Fechei os olhos e me concentrei na minha couraça dura como aço. Eu era um grande peão gigante produzindo lâminas mortais de vento! Fui jogando no meio do inimigo. Os que estavam no meu caminho, não tiveram nenhuma chance de se defender.
Alguns mais experientes se afastaram e pelo menos uns cincos, formaram uma desajeitada parede como escudo para tentar parar meu ciclone.
Para a grande surpresa deles, tanto os escudos como eles mesmos, foram cortados como papel. Eu já não estava aguentando a pressão de ar... Sentia tontura e náuseas... Em breve meu delicioso e saudável café da manhã... Não seria mais meu.
A força do vento foi diminuindo e quando estava bem fraca cai no chão. Por pouco não me estatelei com tudo... Eu cai de joelhos usando a espada como apoio. Estava completamente enjoado. Não tive tempo dizer ao mestre que girar, era um problema para mim... Mas também nem tive tempo para reclamar. Aquele grande Orc, já estava bem na minha frente. O braço dele era basicamente do meu tamanho e ele não perdeu tempo.

Eu estava com visão turva, mas consegui enxergar bem aquele grande soco vindo em minha direção. Como única alternativa para minha defesa naquele momento de náuseas e visão turva... Foi usar minha espada e adaga na frente do meu corpo é esperar o impacto.
O grandalhão horroroso desfechou o soco com todas as forças. Fui jogando a cem metros de distância... “voei” por cima da cabeça do Hector e fui aparado pela parede da mansão.
Por sorte meu corpo ainda estava enrijecido. E graças ao meu treinamento de todos os dias, tirando a dor do impacto, não tive danos graves. Quando me levantei coloquei para fora todo o meu café da manhã...

Fiquei um bom tempo assim me escorando na parede da mansão e regurgitando... Quando fui protestar com meu mestre que ele me devia um novo café da manhã.
Fiquei com os olhos arregalados... Totalmente impressionado com a cena a seguir.
Meu mestre estava em sua forma de fúria, eu não conseguia seguir sua velocidade, apenas olhava para onde vinha um uivo de dor e desespero. O Orc gigante olhava assustado para todos os lados, balançava sua massa em vão sem saber de onde vinha o ataque. O desespero tomou conta dele que nem viu quando seu coração foi arrancado fora do peito... Nesse momento, meu mestre parou.
Olhou tudo em volta e parecendo estar desapontado com ele mesmo desapareceu.
Os poucos sobreviventes pelo menos uns dez bateram em retirada. Seja o que for que foram fazer na mansão, estavam aterrorizados demais para continuar.

Eu finalmente consegui ficar de pé. Fui para o lado do Hector que olhava toda aquela cena sem demonstrar qualquer reação; Era hora de trabalhar!
Hector pediu-me para juntar aquelas pessoas e orcs sem vida em um só lugar, enquanto ele se dirigiu em direção a mansão. Levei um pouco de tempo, mas fiz como ele pediu.
Hector voltou com um grande livro negro de capa dura com uns símbolos que eu não conseguia decifrar. Antes que eu o perguntasse; Hector me informou que se tratava de um livro para invocar magias poderosas.
Ele abriu em uma página e leu em voz baixa algumas palavras indecifráveis e em volta dos corpos, surgiu uma grande barreira mágica.

Ela parecia subir até o céu! Porque eu, não conseguia ver o fim. Em seguida: Ele mudou de página falou mais alguma coisa e no fim, disse;

- Eu invoco o poder da super nova!

Uma bola de fogo começou a brilhar acima e dentro da grande barreira. Ela descia rápida e conforme se aproximava do chão, seu calor era cada vez mais forte. Parecia que estávamos na beira de um vulcão. A bola de fogo consumiu tudo dentro da barreira.
O calor que provocava mesmo com a barreira, poderia causar danos até a quem estivesse do lado de fora da barreira mágica. A magia durou apenas alguns segundos e a barreira foi desfeita, sobrando apenas um monte de cinzas escuras que logo o vento soprou para longe.

- O concerto da entrada danificada pelos invasores pode ficar para amanhã!

Disse Hector fechando o livro e entrando na mansão.
Eu não tinha nada para fazer. Resolvi colher frutas na floresta e quem sabe, acharia uma boa caça. Eu queria fazer uma fogueira.
Já havia passado horas e eu não encontrei nenhuma caça. Colhi somente algumas frutas, recolhi lenha e quando fiz a fogueira a lua já estava brilhante no céu.
Havia poucas estrelas ainda, mas me parecia que seria uma bela noite estrelada.
Não vi o mestre Last por uma semana. Eu sabia que quando ele estava em estado de fúria eu deveria me manter distante. Naquela noite apontei Magnus em direção da lua me lembrando da história daquele rapaz que mesmo tão jovem, foi um grande guerreiro e agora nos éramos um com a espada de Zoltan. Que agora era “minha Magnus”.

Magno A. Matias

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