"A Fogueira da Vitória" 7ª parte O Cigano

Ao terminar de dançar a música elfica tocada pelo Bardo Galeon. Kaya deu um abraço apertado em Elessar  soltou-o devagar como se fosse doloroso deixá-lo... Em seguida parou no centro do acampamento e fez uma reverencia a todos nós com a mão sobre o peito. Alguns ficaram em silêncio por não gostar da presença dela, mas ninguém ousou dizer nada! Não diante do Cigano Dedylson que deu a ordem e pediu silêncio. Outros retribuiu o cumprimento com aceno de cabeça.

Kaya foi afastando-se de costas até sumir. Elessar tentou ir com ela até  sair do acampamento, mas ela com um gesto pediu que ele não fizesse. E desapareceu na escuridão da noite. 
Ouvimos pouco depois o rufar das asas  se afastando. 
Anarion abraçou o pai e ficaram assim por uns minutos. Ela os entendia. Porque passava pela mesma coisa e nunca poderia julgá-lo por ter aceito aquele aconchego que ele realmente precisava naquele momento. Minutos depois Elessar voltou ao seu lugar.

Todos nós fizemos a "Roda Cigana" normalmente sem tocar no assunto. Não precisávamos.
 A cena disse tudo. Kaya percebeu que seu amado precisava de um abraço que nenhum de nós se dignou a oferecer. Talvez pela posição do grande Elfo. Ou por qualquer outra coisa que não vem ao caso. O que vale: É que Kaya não pensou em nada! Apenas seguiu seus instintos. E isso é amor.

Estávamos todos novamente diante da fogueira! O vento soprava em nossa direção as fuligens incandescentes que formavam pequenos confetes.
Esse quadro criado pela natureza trazia uma sensação nostálgica ao Cigano Magno que sorriu:
Eu percebi o momento nostálgico de Magno cheguei mais perto e perguntei:

- O que está pensando aí, hein Cigano?!

- São lembranças Sigel! Boas lembranças. Estava lembrando-me de uma pequena luta em que estive envolvido quando ainda bem jovem.

- Hum! Pelo seu sorriso são boas mesmo! Divide conosco essas lembranças, temos bastante tempo antes que apague a fogueira.

Eu falava aquilo segurando a mão do Cigano e puxando-o enquanto olhava para os demais que já começavam a prestar atenção na nossa conversa. 

- Não posso Sigel! Eu não fui convocado!

 Ele falou sussurrando e eu me calei. A noite já estava bem alta logo amanheceria. Esfriou um pouco e Ficamos próximos uns dos outros na frente da nossa fogueira improvisada para a "roda".
 Magno se afastou, minutos depois voltou com uma cesta e disse:

- Agora chega de bebidas alcoólicas!  Esmeralda me trouxe essa cesta de frutas recém-colhidas para nós e o sangue do porco selvagem  que eu tinha separado com muito capricho para Last e Irina. 

Após nos alimentarmos  Elessar falou:

= E agora! Quem será o próximo??

Sitaara e Emre começaram a cochichar olhando para nós ... Em seguida Emre falou:

- Bem, tivemos uma breve discussão ali como voces viram, mas sabem como é as fêmeas sempre vencem; O escolhido foi Magno!

Magno achando que a conversa entre ele e eu influenciou a escolha de Sitaara disse que não iria contar suas aventuras aquele dia. Mas com a minha insistência e pouco depois de todos os "amigos" que me ouviram insistindo. 
Ele  resolveu então dividir suas lembranças conosco na "Roda Cigana".  e disse:


- Pois bem meus amigos! Eu vou enchê-los com um pouco das minhas chatas aventuras então!

(ele falou assim, mas no fundo, estava empolgado para dividir conosco as suas lembranças) 
E então começou sua bela narrativa:

MAGNO
Com: A Cimitarra
John Christopher Depp II
- Tempos depois de ganhar “Magnus” minha primeira espada. Arrisquei-me um pouco além dos limites da mansão. Segui o oposto do caminho que seguia sempre. 
Meu mestre me contou que além do rio, havia um antigo forte que outrora fora habitado. 
Não tinha muita gente, apenas uma companhia de cavaleiros, suas famílias, vendedores, artesãos e as vezes, andarilhos.

O forte era cercado com madeiras altas, formando uma paliçada com troncos fincados no solo, ligados entre si, para servir de defesa contra ataques de fora. E em toda extensão da paliçada, corria um andaime feito de tábuas grossas onde dois soldados poderiam se movimentar com liberdade por cima dele para guardar o forte.

O governante do local era um Lorde da “Casa Bolt” se não me falha memória!

- Lorde Duncan Bolt!
– Lembro-me quando meu Mestre me disse o nome do Lorde e continuou a narrativa dizendo:.

- Duncan era um homem ambicioso e vil. Estar tão longe de casa tinha um único propósito, riqueza e poder. Ele soube que aquela floresta possuía muitas riquezas, magia e belas Elfas. Ele tinha a ideia errada de conseguir tal riqueza e quem sabe, aprisionar algumas belas elfas para ele. Infelizmente, elfos e tesouros não eram as únicas coisas naquela floresta e Duncan acordou o que não deveria.
Meu mestre estava me contando a história, dizendo que não sabia o que Duncan e sua ganância haviam despertado, disse que em apenas uma noite, todo o forte e seus habitantes, tinham sido dizimados. No final, ele acrescentou: 

- Evite ir tão longe “garoto” “O Forte” é um local perigoso, não sei o que você poderá encontrar dentro daquela paliçada! Além, dos monstros, ladrões e todo tipo vil que voce poderá encontrar no caminho até ele.

- Sim mestre! Pode ficar despreocupado.

Eu respondi e meu Mestre virou as costas e disse que a aula do dia havia acabado.
Depois olhou para mim uma última vez com seu semblante calmo e sereno, mas que o olhar dizia tudo e saiu da biblioteca. Claro que ele percebeu pela minha cara que eu não iria obedecer... Com certeza já sabia para onde eu iria à primeira oportunidade que tivesse… Acho até que, ele me contava essas histórias de propósito. Porque sabia que eu não conseguiria ficar sem ver aquele forte de perto... Agora eu percebo que tudo era parte do treinamento! E eu não perdi tempo mesmo. Lá fui eu em uma nova aventura:

Acordei no dia seguinte mais cedo que o normal. Fiz o meu dejejum com ovos fritos, arrumei algumas provisões como: água, bolachas, algumas ervas que Last havia me explicado suas propriedades curativas e alimentícias e sai de fininho.

Eu estava eufórico! Corria e não sentia cansaço. Levei quase uma hora para chegar perto da floresta. Parei para analisar a área, queria encontrar uma trilha… Meu mestre só havia me falado que era só seguir em direção ao Oeste. 
Mas a floresta não mostrava qualquer vestígio de caminho por ali, então, o negócio seria sair a esmo... O que poderia ser muito perigoso. Porque eu não tinha nenhuma ideia de quanto tempo ficaria vagando até encontrar o grande rio ou não...

Como eu havia adquirido o hábito de andar em linha reta Para nunca me perder quando eu saia nas caçadas adentrando a floresta. Fiz assim:
° Fiquei exatamente na direção que estava quando sai da mansão chegando perto da floresta! Ou seja: Se eu desse um giro completo em meu corpo e seguisse em linha reta voltaria para a mansão sem erro. Então para que não houvesse perigo de ter que procurar o caminho de volta, eu resolvi que seguiria assim floresta a dentro, usando essa mesma estratégia que sempre deu certo. Peguei um ponto e adentrei na floresta, seguindo por cima das árvores altas como aprendi com Hector.

Primeiro: para ter uma visão maior e mais ampla do caminho que eu seguiria e 
Segundo: Eu não queria ir andando para evitar qualquer ataque de animais ou monstros que com certeza eu encontraria pelo caminho... Como disse Last.

Segui o ponto estipulado e só desviava quando precisava alcançar outras árvores do ponto que estipulei. Melhor dizendo: “não me desviei quase nada”. Segui por horas assim pelas copas das árvores percorrendo uma extensão tão grande da floresta que em um dado momento cheguei a ficar imaginando se iria mesmo conseguir voltar.

Parei algumas vezes para beber água, que, aliás, já estava acabando e para comer alguma coisa. Mas sem me demorar, logo pegava meu caminho e seguia em frente. Depois de mais ou menos duas horas saltando pelas árvores finalmente consegui sair da floresta... Os meus olhos se maravilharam e meu coração saltou. Eu estava no caminho certo, porque ouvi o barulho de aguas turbulentas e estava diante de uma clareira.

Desci da árvore e corri mais ou menos duzentos metros descendo um leve declive e me deparei com um rio gigante... Acompanhei a "marola" das pequenas ondas com o olhar a perder de vista. 

Ah! Eu não perdi tempo. Corri e fui largando pelo caminho minha espada, bolsa, camisa, sapato e com dificuldade, a calça...
Pulei com muita alegria no rio. Fiquei ali, boiando, mergulhando… Que me esqueci até do que tinha ido fazer, quando decidir sair da água….

- Mais um pouco, e você iria ser apenas roubado, garoto, agora vou ter que te matar!!

A voz que ouvi, pareceu-me, ter saído de trás de uma árvore, próximo a saída da floresta de onde eu tinha vindo. Eu estava molhado e usando apenas um short. Peguei minha  "Magnus" e com a percepção aguçada fiquei observando o dono da voz sair das sombras da moita.
 Fechei os olhos e apenas ouvi. Por mais silencioso que ele quisesse ser para me pegar desprevenido. Eu pude ouvir quando ele quebrou galhos ao pisar. Esperei.

Saiu de trás das moitas com cautela, um Homem que parecia ter por volta de 40 verões. Usava uma calça marrom larga, botas de caça, um cinturão que prendia a bainha de uma espada, camisa branca, sem mangas e ostentava braceletes largos, alguns até pareciam jóias banhadas a ouro. Era um homem atarantado, forte e um pouco mais alto que eu. O que me chamou a atenção, era que ele parecia cigano, mas com o cabelo cortado dos lados, um moicano diferente. Reparei também, que ele tinha várias cicatrizes é uma cimitarra ( cimitarra, é uma espada longa, mas curvada) era uma espada linda, eu tinha visto uma em um livro, mas vê uma assim, de perto, a tornava ainda mais incrível.

- Parece que voce gostou da minha espada, garoto! Eu também gostei da sua, por isso, decidi ficar com ela, depois da sua morte, claro!.

Hei! Não me chama de "Garoto"!

Eu estava acostumado a escutar meu mestre me chamar de "garoto", e isso nunca me incomodou. Mas escutar desse sujeito debochado, me irritava.

- Tá bom então vou te chamar de "futuro defunto".

Eu controlei minha ira e disse.

- É! Você tem uma bela cimitarra, eu estava imaginando que precisava mesmo de uma segunda espada e como você apareceu, essa é uma ótima oportunidade de ocupar minha mão esquerda!

- Hahahahah! Quer me dizer que voce segura essa espada com essa envergadura em uma só mão? Faz-me rir "Futuro defunto".

Eu ignorei a provocação dele.

Meu mestre tinha me falado sobre os vikings! me falou que eles tinham o costume de provocar uns aos outros antes das batalhas, então continuei… Se eu conseguisse a frase certa talvez eu tivesse vantagem contra ele

- Vou pegar a espada do seu corpo depois, mas não se preocupe, deixarei você morrer segurando ela, como um guerreiro.

O estranho sorriu! E eu, estava pensativo. Era uma luta onde eu iria arriscar minha vida, não podia vacilar. Diferente do mestre e Hector, ele parecia ser uma pessoa normal e lutaria contra uma pessoa assim, não tinha comparação, mas eu não poderia brincar, teria que lutar a sério.

-Você parece não está me levando a sério, garoto! E não vai ter outra oportunidade de pensar… Não nessa vida, quem sabe, em outra...ahahaha!


Ao acabar de falar e dar a gargalhada nojenta dele! O estranho, segurou a cimitarra com as duas mãos e veio na minha direção. Eu não me movi, os movimentos dele eram muito lentos para que eu me preocupasse. Não depois de ter treinado com um Vampiro super veloz. E então... Ele golpeou…

Foi um ataque central, mas curvado. Se ele tivesse me acertado, seria um golpe de cima abaixo, mas curvado, vindo do meu ombro esquerdo, para a costela direita. Com aquela força e peso da cimitarra, poderia até me dividir no meio, pois eu ainda um era rapazinho naquela época.

Mas como eu disse: ele era muito lento para mim.

Com apenas um pequeno movimento para trás, um passo e observei o golpe descer sem perigo na minha frente rasgando a superfície do solo. Eu estava pronto para zombar do estranho! Porque:

Ele fazia as suas ameaças, mas nem conseguia se aproximar de mim! Olhei para ele e o vi com um sorriso malicioso e debochado... Antes que eu pudesse perguntar o motivo, uma linha marcou meu peito no mesmo lugar onde teria sido o golpe da espada... 
Aos poucos o sangue começou a escorrer, cada vez com mais intensidade. Então, ele falou;

- Eu tenho imenso prazer em ser subestimado, assim como voce fez. Por que?
Simples! Porque quando as pessoas veem a minha velocidade, elas baixam a guarda. E é nessa hora que as pego de surpresa! Essa beleza aqui que voce ousou desejar! Não é uma cimitarra comum, ela é enfeitiçada!

Mesmo eu tendo pouca velocidade tenho bastante força. Quando golpeio uso toda minha força! Mesmo que meu oponente se desvie do meu golpe... O ar provocado pela cimitarra é como se fosse uma lâmina afiada se tornando uma extensão do seu alcance. Você teve sorte!
O golpe pegou apenas de leve, mas acontece, que quando voce se movimenta, o fluxo do sangue aumenta e voce irá sangrar até morrer... Ahahahah!

Eu estava sangrando e me preocupando em não me movimentar muito... Enquanto o estranho se preparava para um novo ataque. Eu teria que decidir tudo em um golpe ou morreria.

Comecei a fortificar meu corpo! Precisava deixá-lo como ferro para segurar o fluxo de sangue daquele corte desgraçado que ardia e queimava. 
Com os movimentos certo e a capitação de energias eu firmaria a ferida em meu tórax deixando-o firme como couro curtido, assim não sangraria muito. 
Porque não abriria mais do que já estava aberto. 
Sem contar que as energias captadas serviriam de barreira como um impermeável.

Coloquei minha espada para frente e esperei o novo golpe.
Ele veio contra mim na mesma velocidade... Captei todos os movimentos dele fazendo meu cérebro vê-los em câmera lenta. Dessa vez, seu golpe seria de cima para baixo, parecia mesmo querer me dividir no meio.

O Homem não estava mais sorrindo... Dessa vez, estava muito sério, com o intuito de não se distrair. Eu sabia que ele daquela vez iria usar ainda mais força... E golpeou… E parecia que ele apostou tudo naquele golpe! Estava usando muito mais força.
Só que dessa vez eu não tentei desviar... Sei que fui imprudente! Mas obtive um bom resultado.

Usei a espada apoiada do meu braço esquerdo e aparei o golpe.


Imaginem uma pessoa golpeando com toda força uma barra de ferro... com uma espada... isso mesmo meus amigos!
O golpe voltou e o braço dele começou a tremer perdendo por uns instantes o controle da mão e seu próprio equilíbrio.

Aqueles foram os segundos que eu precisava.

Segurei minha "Magnus" com as duas mãos e a desci com toda minha força!
 Eu não estava mirando em seu corpo, mas sim, no seu braço. O golpe foi certeiro, cortando com facilidade. No fim do golpe pude ver o braço dele voando e ainda segurando a cimitarra na mão... Enquanto ele me olhava assustado.

Nunca vou esquecer a expressão dele! O homem que a poucos minutos zombava de mim, agora me olhava com olhos esbugalhados. Parecia se render a morte!
Ao imaginar seu próprio fim, caiu desesperado segurando o cotoco do braço que esguichava sangue como um gêiser.

O sangramento do meu peito, tinha aumentado, mas antes de cuidar de mim, fui primeiro em direção ao estranho. Como eu ainda segurava "Magnus"... Ele ficou com a expressão de desespero segurando o braço e esperando a morte. Imóvel, esperando o seu fim.

Ele ficou me olhando se aproximar cada vez mais. Quando cheguei perto o suficiente, ele soltou o braço e pegou uma faca. Ignorei aquela ação desesperada dele. Retirei o barbante do meu cabelo, rasguei um pedaço da minha camisa que estava no chão, me aproximei do estranho que empunhou a faca na minha direção, pronto para atacar ao menor movimento meu, já que eu estava tão próximo. 

Sem mais o que fazer, chutei a mão dele com força e a faca foi parar longe. 
 Me abaixei junto dele e comecei amarrar o seu braço cortado. Primeiro amarei forte um pouco acima do cotoco. Bem apertado. Em seguida usei o pano como um espécie de bolsa para tentar parar o sangramento. Depois, peguei mais uma tira de pano e fiz mais um volta no braço dele, usando toda força possível. 

Terminei minha desajeitada tentativa de parar o sangramento do estranho e fui cuidar do meu.
Lavei o meu ferimento no rio, peguei algumas ervas, amassei, passei no corte e coloquei o que sobrou da minha camisa para estancar o sangue…

- Você é muito ingênuo, garoto!!

 Ignorei o comentário e continuei o que estava fazendo. ele continuou a falar:

- Se eu tivesse no seu lugar. Você estaria sem cabeça agora e sem sua bela espada, você não iria mais precisar mesmo... ahh...


O estranho depois de falar, estava tentando gargalhar, mas não tinha forças para isso.
Peguei minha "Magnus"  apontei para o estranho,  em seguida, apontei para o céu e falei;

- Originalmente! Essa espada foi forjada para tirar uma vida... E acabou levando duas…

- Mas são para isso que elas servem, garoto… Matar!!

Ignorei mais uma vez e continuei falando:

- Eu decidi que a usarei apenas para proteger! (fiz uma pequena pausa antes de continuar)
Lógico que não sou ingênuo ao ponto de achar que nunca terei que matar, mas toda vez que for possível escolher, vou escolher a vida.

O estranho ficou quieto um pouco e depois voltou a falar;

- Você realmente é só um garoto... E muito ingênuo mesmo…

Após terminar de falar ele começou a se arrastar em direção da árvore da qual saiu. Com muita dificuldade e sem jeito puxou uma pequena bolsa das moitas e pegou dentro, um pequeno pote de barro, em seguida, fez um esforço e jogou o mesmo na minha direção. Pareceu-me que ele usou suas últimas forças... Ele estava ofegante... Quando disse-me:

- Pegue e use para curar seus
ferimentos, é uma pomada mágica!
 Foi feita pelos duendes... E...           
(pausou para respirar antes de continuar)
 Eu não sei se realmente funciona,
 nunca precisei usar... 
Mas não custa nada tentar.

Mais uma vez o estranho precisou parar de falar, para reunir forças e tentar uma risada, mas sem sucesso. Eu fiquei olhando o pote que não tinha nenhum detalhe em especial. Era bem simples, feito artesanalmente, mas bem feito. A tampa também era de barro com um encaixe perfeito e uma espécie de cola que a impedia de sair do pote.

Abri a tampa e fui em direção ao estranho, me abaixei do seu lado, tirei a parte do pano que eu tinha usado como uma bolsa. Peguei um pano novo, coloquei ervas e fiz uma capa em cima das ervas com a pasta. Voltei a colocar o pano no braço dele...  Que ainda estava sangrando. Mesmo com o meu torniquete desajeitado.

Percebi que ele sentiu um pouco de dor, mas não se abalou.

Aos poucos, seu semblante foi melhorando e eu também melhorei, peguei um pouco da tal pasta de duendes e passei no meu peito.
Em instantes, senti beliscando na ferida, parecia que a pomada estava colando uma parte da pele na outra. Olhei para o estranho que parecia bem mais aliviado quando disse;

- Parece que funciona mesmo, garoto!

Magno ficou um pouco em silêncio. Pensamos que ele estivesse tomando fôlego. Porque todos nós estávamos atentos a narração de Magno que fazia isso com esmero. A perspectiva de Magno quando narrava suas aventuras eram aliadas ao nosso ponto de vista e a nossa reação. Com isso ele ia organizando tudo que contava de modos que, podíamos entender com veracidade, os pensamentos mais intinos dos personagens da história, como também as coisas que nem eles sabiam. 
O que permitia ao Cigano: observar e desenrolar os acontecimentos de acordo com a reação que causava em nós. 
Estávamos esperando Magno dizer o que aconteceu depois de sanar as dores do estranho... Mas ele disse:

- "Amigos"! Eu já tomei demais o tempo na minha vez na "Roda Cigana" ! Até aqui, é um pouco mais da metade da história, mas devo parar por aqui. Apenas para finalizar,:

O nome do Estranho era Saulo! Ele era um cigano, mas foi expulso do seu Clã por transgressões.

A Cimitarra claro que eu levei como prêmio!  Eu dei de presente ao meu Mestre para ilustrar ainda mais sua "sala de armas" Eu não conseguiria usá-la junto da minha "Magnus".

"Amigos", Meu Pai, Sr. Rei Elfo, Mestre… Ops ! Last. Obrigado pela oportunidade de contar uma das minhas aventuras e Desculpe ter cansado os vossos ouvidos… "Sem mais delongas", obrigado!

Magno ouviu um sonoro:
John Christopher Depp II

- AHHHHHHH Não!!!!


Mas ele sorriu! Seu sorrisinho de canto de boca que com certeza pegou do Vampirão Last. E disse:

- Fica para uma Outra vez!

......

Comentários

  1. Esse cigano tá de brincadeira ... deixou todos curiosos e levou a espada.. acho que o moço o presenteou.

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  2. Esse cigano tá de brincadeira ... deixou todos curiosos e levou a espada.. acho que o moço o presenteou.

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