O Presente do Arcanjo

1° Episódio
Para pensar!

A vida nos permite escolhas infinitas, pois temos o livre arbítrio, o diferencial é você buscar incansavelmente aquilo que acredita, o seu poder de desejar ninguém limita sendo assim suas realizações também são infinitas. Ser feliz, amar, respeitar, perdoar, entender, escolher todos os momentos bons... E deletar os ruins. Somos responsáveis por esses momentos... 
Reaprenda a dar o primeiro passo, as pequenas quedas são consequências... Mas, a felicidade é uma escolha! Como por ex: Eu não sei escrever tudo o que sinto, mas sei sentir e com um amor imenso cada pedacinho da vida. Não sei amar de morrer, porque para mim amar é viver. Não sei sonhar todos os meus sonhos, só sei sonhar o que o meu coração pede. Não sei dar tudo de mim, mas me esforço para dar o que posso. Não sei quase nada da vida, mas sei que é bom existir. Tudo o que eu sei é que a vida é linda e que enquanto houver um mínimo de ternura para oferecer, a vida vale a pena.


Capitulo I 

Aquela foi a chance que havia chegado para Elessar sem que ele tivesse pedido.
Salvar a bruxa exigia que ele pedisse auxilio a Floresta e a tudo que nela havia.
O Elfo era um ser da floresta e ele não poderia salvá-la se não fosse com a ajuda da sua amada Floresta! Elessar pediu que Amon providenciasse raízes tuberosas e folhas carnosas de algumas espécies. Entre elas estavam especificadas as raízes da mandrágora que cresce onde pinga o semem humano que foi morto em uma forca.
“Quando um Homem chega às vias da excitação causada pela dor de ser enforcado, ele ejacula, e onde pingam as gotas de seu semem nascem as mandrágoras.”

Enquanto o Vampiro foi em busca das raízes Elessar limpou a ferida lavando-a bem, na água do rio depois mastigou umas folhas de algodoeiro e enfiou na ferida para estancar o sangue. E falou com a sua Floresta! Falou com a sua Deusa!

*= Deusa Gaya! Ouça-me! Sou um filho direto de suas entranhas e preciso de sua ajuda! Estou agora totalmente presente no lugar do mistério onde meu desejo se torna destino. Aqui e agora dentro desse casulo de energia pura te suplico!
Faça-se um Deus dentro do seu filho para que eu possa curar como antes.
Eu prometo que Kaya honrará em meu nome a pureza da vida, os seus ensinamentos e a verdade de que todo ser vivo pertence a ti. Eu abraço agora meu destino ao pedir-lhe mãe querida: Devolva a Kaya Helder a sua natureza divina. Sem reservas ou limitações. MANIFESTE-SE AGORA GAYA!


Quando o Elfo terminou de falar a Floresta emudeceu: As folhas se afastaram como se alguém ordenasse isso. O rio se fez maior em sua plenitude chegando até o corpo do vampiro sem sentidos. Os silfos e fadas observavam em silêncio. Os elfos minúsculos levaram até Elessar raízes tuberosas de orquídeas para o preparo da poção mágica: Raízes que eram necessárias para que Elessar pudesse desmanchar a magia da “espada Flagelo“ mesmo com todo risco de morte ainda restava uma esperança. Amon trouxe as ervas e o Elfo preparou a maceragem utilizando-as.

Quando tudo ficou pronto, todos se afastam deixando o Elfo sozinho com a bruxa. Elessar lavou com o unguento feito das folhas e raízes, o ferimento que crescia como se fosse feito com ácido. Em seguida, pegou um punhado das folhas maceradas e espalhou sobre o peito da bruxa repetindo por nove vezes um cântico! Centrando verbalmente a sua intenção de cura. Enquanto ele entoava o cântico Kaya abriu levemente os olhos... Ela estava entre o sonho e a realidade, tentou dizer algo, mas estava fraca demais para isso... 
Ao terminar o cântico Elessar abriu a boca do Vampiro debruçou sobre o corpo dela e passou de dentro dele uma fina luz que saia muito brilhante de seu interior. Por uns minutos ficou deitado sobre o peito de Kaya ate que o coração dela batesse mais forte. A seguir levantou-se foi até mais adiante pegou seu manto e cobriu-a! Kaya estava sem sentidos, mas havia sessado o sangramento. Elessar puxou-a para junto de si, colocando a cabeça dela sobre seu peito e disse:

= Está tudo bem Bruxa! Você foi ferida, mas eu estou tentando te salvar com a ajuda de Gaya agora durma.

 E permaneceu assim por longo tempo enquanto catava na sua língua nativa:

= Abençoada sejas tu oh criatura dos meus sentimentos; 
Entrego-te agora a mãe terra, pois ela é doadora da tua vida. 

Agora teu alento será o alento dela. Teu sangue será o sangue dela! 

Teus ossos serão os ossos dela! Tua carne será a carne dela! 

Teus olhos e teus ouvidos também serão dela 
Tu encontrarás nela sua paz e não morrerás, jamais! 
Conheça essa paz na tua mente. Deseje essa paz no teu coração 
Transmitirás essa paz vindoura aos teus semelhantes 
Agradeço-te Gaya! E creio na cura! 
Curvo-me com atitudes ao Dom da vida que abençoastes 


Ao terminar a oração em cântico por várias vezes Elessar percebeu que logo iria raiar o dia. Cobriu bem o corpo da Bruxa com seu manto pegou-a nos braços e transportou-se dali.
************
Enquanto isso Magno contava a seu amigo Last o que havia acontecido na “floresta negra” com a bela elfa.

- Last meu amigo! Agora me diga com toda sinceridade de quem já viveu muitos anos e com certeza teve desilusões, inseguranças e medos como eu. O que farei com essa insegurança que me domina?

Sábio e ponderado. Last respondeu olhando para o crepitar da fogueira

- Meu amigo! Nada nessa existência é certo! Voce nunca terá respostas para todas as coisas por mais que procure. Porque a vida é complexa demais para isso. Uma coisa eu tenho certeza é que você tem capacidade para realizar tudo que desejar! Mas precisará procurar profundamente em seu interior a força e a luz necessária para ser feliz.
O caminho entre elfos e humanos é complexo e sempre será provido de atribulações. Essa proibição não é atoa. Os elfos são eternos! E os humanos são frágeis e perecíveis. Um dos motivos para o amor entre um elfo e um humano trazer tristezas; é que quando o humano envelhece... Sente-se um peso diante do elfo que continua belo e viçoso como no dia em que se conheceram, a vida se torna um desespero atroz para o humano. Para o elfo nada acontece, porque ois elfos são seres que entendem a natureza de todas as coisas.
Se voce tiver coragem de encarar um amor assim terá que ter coragem de passar por essas etapas difíceis! Tendo que superar-se e assim mostrar ao mundo humano e élfico o quanto voce é grande e vitorioso!

- E se eu for somente um Elfo ou um vampiro? Pois foi o Vampiro que ela descobriu em primeira mão nas minhas essências.

- Magno! Voce não é um Vampiro! O que aconteceu lá na outra dimensão foi que um elfo tem a capacidade de morfar para um animal, ou qualquer outro ser que esteja latente em sua vida. Preciso te contar uma coisa para que entendas:
     -Quando sua mãe foi enfeitiçada, o Kaku do povo dela conseguiu que ela pudesse ser novamente humano durante um mês a cada sete anos. E quando ela foi até os arcanjos para quebrar a maldição, já estava grávida e o arcanjo disse a ela que só poderia quebrar o feitiço nela e não na sua cria.
 Foi quando o Arcanjo descobriu a gravidez que até então nem ela ainda sabia. Larissa tentou tudo, implorou! Disse até que não queria mais ser humano para poder ter seu bebê tigre em paz. Mas, ela já havia respondido a pergunta celeste e o feitiço tinha sido quebrado. Outro Arcanjo de escalão mais baixo que assistia, se compadeceu e disse a ela que poderia dar-lhe um presente;  Sua cria seria humana após completar uma certa idade que ela não poderia revelar a ninguém. 
Para tentar ajudar minha amiga Larissa! Eu a levei  para mansão e a mantinha hipnotizada na maior parte do tempo, para que ela achasse que era um tigre e não sentisse tanto as dores causadas por voce em seu ventre. Foi um martírio para mim também porque ela sofria terríveis hemorragias feitas por suas garras. 
Enfim voce nasceu com o tempo de gestação dos tigres que são de 93 a 112 dias e não dos humanos que são de nove meses, graças aos Deuses ciganos. Sua gestação durou 105 dias.
E aí veio o problema! A amamentação... Como Larissa poderia amamenta-lo. Voce não pegava na mamadeira de maneira nenhuma e estava definhando... Larissa então o colocava no seio, mas voce não conseguia sugar por ser muito grande e cheio de leite os seios dela para um bebê tigre. 
Ela me disse que iria se suicidar se voce morresse. Então perguntei a ela se aceitava ter o poder de se tornar um tigre durante vinte minutos de quatro em quatro horas até que voce ficasse mais forte e pegasse a mamadeira. Imediatamente ela aceitou.
Então eu furava o pulso dela com minhas presas dando a ela o poder de transmutação e em seguida dava a ela do meu sangue para cortar o veneno.
Assim ela te alimentou o tempo necessário que foram de dois meses... Voce recebeu dela a capacidade de mutação! Mas não é um Vampiro! Nem tampouco um Elfo! Voce é um humano com o dom que o arcanjo te deu. 

E como voce não ficará para sempre um tigre como pensávamos que ficaria, acho que nem precisará mais ir até o portal dos Arcanjos. Salvo, por não sabermos se sua mulher teria uma cria humana ou uma cria tigre. Então meu adorado amigo, se voce quiser seguir seu coração e procurar a elfa terá que ser como sua personalidade de direito. Um humano! E contando a ela sobre as suas mutações.

Magno sentiu-se em um jogo de emoções... Perguntas com respostas difusas que rodeavam o espaço escuro e sombrio que estava naquele momento na sua mente... Perguntas sem respostas que traziam consigo as sensações mais decepcionantes que ele já pôde sentir. Era como se a bela elfa sumisse do alcance da sua visão relevantemente... Nada mais fazia sentido! 
Porém as emoções do Cigano ficavam cada vez mais fortes e incontroláveis. Ao mesmo tempo em que vinham a sua mente; as imagem maravilhosas do banho da elfa... Também povoava suas lembranças os olhos expressivos e assustados da elfinha ao sentir suas essências e se esquivar do seu afago. Percebendo o desespero que a mente de seu amigo ficou Last lhe disse:

- Na vida o que nos tira a ação quando deveria ser o contrário: são as escolhas! Elas pairam a cada momento em nosso caminho. Basta que voce saiba tomar o que lhe é devido! Não seja levado pelo que as suas emoções momentâneas sejam capazes de fazer ao mostrar o caminho. 
Sei muito bem que é difícil, mas faz parte da ordem natural da vida. E só você meu amigo. Pode escolher. Tudo que eu lhe aconselhar estarei fazendo “se fosse eu” e nunca poderemos nos comparar a ninguém. Não existem no universo inteiro duas pessoas iguais.

- Eu compreendo Last! Sei que não existem duas coisas iguais no universo, nem mesmo uma plantinha de uma árvore é igual a outra. Mas... Por mais que meus olhos e minha mente tentem me mostrar que tudo é diferente, meu coração me conta que somos iguais. Eu confio nele! Foi voce quem me ensinou a seguir meu coração quando a mente estivesse confusa.

Last abaixou a cabeça e deu um sorriso furtivo! Magno tinha razão ele aprendeu a lição! Isso o deixava orgulhoso... O Vampiro apenas era soberbo demais para admitir.

Capítulo II

Kaya acordou numa caverna escura
Abriu os olhos. Olhou em volta... Assustada... Não reconheceu nada, não sabia onde estava, e pior! Nem sabia quem ela era...
A escuridão era total... Ela passou a mão do lado esquerdo... Sentiu a parede pedregosa, atrás dela, a mesma coisa. No lado direito encontrou o chão.
Então percebeu que estava em uma cama feita de folhas e pele de animais.
Sentia muito frio e sede... Muita sede!
Os olhos dela começaram a se acostumar com a escuridão. Ela fechava e abria para entender o que estava acontecendo. Mas estava enganada.
O local não estava totalmente escuro. Havia um lampião estilo medieval com a luz bem fraquinha... O vampiro tentou aumentar para situar-se, mas estava muito fraca e não conseguiu.
 Ao lado da “cama” havia uma casca de coco com unguentos, ataduras, um punhal pequeno e um cálice de metal pesado.

Kaya tentou pegar o cálice poderia conter água... Mas, não alcançou... Tudo rodou... A sede era intensa! De repente ouviu risadas e um cheiro bom... Que a invadia estranhamente. Ao ouvir passos ela se encolheu na “cama” e arregalou os olhos... Na baixa entrada da caverna viu entrar uma lança com o espeto de um peixe assado. E logo a seguir: Uma majestosa figura abaixando-se para passar na abertura. Com os olhos arregalados e toda encolhida ela vislumbrou a figura masculina colossal! 
De corpo esguio e torneado, vestindo calças de couro fino e macio que aderia ao corpo mostrando seus perfeitos contornos (como se fosse roupas de baixo) botas de cano longo, pesadas, um cinto largo com um emblema de um Clã talvez! Peito nu, lãs longas e jogadas em cachos naturais por estarem molhadas caiam sobre seus largos ombros, onde também tinha um animalzinho de cauda longa e fofa. Que parecia *conversar* com ele.

A figura masculina pôs o peixe sobre uma pira e afagou o pulso onde ostentava uma atadura suja de sangue. Ele estava de costas e... De repente... Virou-se sério! Os olhos dele ascendem como vaga-lumes e foi na direção do vampiro. Ela se pôs na defensiva encostando o máximo na parede. Seus olhos já podiam ver nitidamente.
Ao ver a moça acordada, o animalzinho pulou do ombro do recém-chegado e fugiu...
A figura gigante continuou indo na direção dela. Kaya estava pronta para atacar como se uma fera houvesse despertado nela. Ao chegar perto, o macho lhe sorriu e falou suavemente:

= Acalme-se! Está tudo bem! Dê-me a mão.

Ela negou balançando a cabeça.

- O que houve? Voce acordou estranha... Deixe-me ver seus ferimentos.

A moça continuava balançando a cabeça negativamente.

O macho aumentou a claridade do lampião e pousou seus olhos de luz sobre ela, fazendo-a sentir-se nua... Oh? Ela estava realmente nua. Tinha apenas uma atadura que partia do ombro, passando por baixo do braço esquerdo deixando um dos seios descobertos... Ela cobriu imediatamente com as lãs compridas e tentou alcançar a manta de pele para se cobrir. Mas não conseguiu, ela não entendia porque sentia tanta fraqueza... O macho disse severamente dessa vez:.

=Preciso ver como estão seus ferimentos! E não se acanhe! Foi eu quem cuidou de ti todos esses dias e limpei seus ferimentos. Conheço todo seu corpo.

Em seguida entregou a manta a ela... Kaya se cobriu e continuou encolhida e quando tentou falar, a voz não saiu... Ela se esforçou mais um pouco e balbuciou:

- Sede... Sede...

O macho molhou uma atadura com um líquido e chegou junto dos lábios dela para umedecer. Nesse momento a moça segurou a mão dele tentando sorver a água da atadura, mas, logo percebeu que o gosto era desprezível e cuspiu.

= É voa tranquilizante! Eu sabia que você não conseguiria tomar estando desperta. - Ele disse

De repente movida de um ímpeto natural ela segurou a mão dele que estava muito próxima a seu rosto... Como se na mão dele estivesse sua uma sobrevivência talvez... E farejou como um animal.
O macho segurou com força no queixo da moça para que ela levantasse a cabeça e disse olhando-a com firmeza:

= Para com isso!!

Ela o soltou. Ele se levantou e ficou de costas. Ela pediu mais uma vez:

- Tenho... Sede... Por favor...

O macho a olhou com severidade... Mas ao vê-la tão enfraquecida e ,encostada na parede da caverna, ele começou a retirar as ataduras do pulso, sem dizer uma única palavra. – Ela pensou:

- “Devo tê-lo machucado ao puxar sua mão daquela maneira..”.

O macho apanhou uma faca de caça no cano da bota, e se encaminhou para ela... A moça que não conseguia reagir, apenas esperou ser morta a qualquer minuto. Fechou os olhos e deixou o corpo escorregar, deitando de qualquer maneira... Sem se importar com a nudez ou com o braço que ficou por baixo do corpo... Ela estava mesmo se esvaindo... A sede era imensa... A garganta seca... E aquele gigante iria mata-la de qualquer maneira...
Ficou aliviada ao ver que ele só queria pegar o cálice que estava na beira da “cama” e voltou para a pedra onde estava o assado.
A seguir ele voltou para junto dela com o cálice na mão, pôs no chão junto as coisa que mencionei antes. E disse:

= Deixe-me olhar esse ferimento logo!

Suspendeu o corpo inerte da moça, que estava caído meio de bruços, quase imóvel. Estendeu sobre a “cama”, com o punhal cortou as ataduras...

= Oh! Por Gaya! Voce está curada!

-" Curada? Como? Se nem consigo mexer-me" ? 

Pensou ela e Continuou ali imóvel apenas assistindo o belo espécime cuidar dela. Ele molhou a mão no unguento que estava na casca do coco e dizendo algumas palavras incompreensíveis, passou dois dedos sobre a ferida no baço... Que ficava em baixo do seio esquerdo... Dando a ela uma sensação de Paraíso... Fazendo-a achar que talvez fosse bom morrer!
O macho olhou o corpo da moça de cima a baixo. Depois a cobriu com a manta até a cintura. Ajoelhou-se sentando sobre os calcanhares e segurou-a por trás, por baixo dos braços, com muito jeito puxou e encostou-a em seu corpo, “sentada.”
Kaya tremeu ao sentir o contato do tórax nu, ele estava quente e ela muito fria. Pensou que talvez aqueles fossem seus últimos momentos.
O macho cruzou as lãs dela cobrindo os seios como se fossem uma veste, apanhou no chão uma "Gérbera" e colocou presa nas lãs, na parte que cruzava sobre os seios.

- (que ritual será esse?) pensou ela!

Mas, estava imóvel e muito debilitada para reagir. O macho pegou no chão, com a mão direita o cálice, e com a outra segurou o queixo da moça prendendo-a contra seu tórax, para lhe forçar a tomar a bebida vermelha que continha. Ela tentou em vão resistir...

- (o que será isso que ele vai me fazer beber?)

Ela pensou, mas não disse nada... Com a negação da moça, ele forçou a cabeça dela contra o seu peito deixando-a imóvel, e obrigando-a a tomar toda beberagem.
Kaya stava presa em seus braços, podia sentir seu coração em um alucinante... Tum, Tum... A voz dele agora era calma, dizendo:

= Beba menina é para seu bem, peço-te que não resista, não pode esfriar.

Sua voz a dominava de tal forma que ela amoleceu e começou a tomar o liquido. Ao primeiro gole, mudou seu pensar e cessou a resistência.
A bebida era deliciosa, doce, viscosa... Era a bebida mais saborosa que sua mente confusa podia lembrar. Sorveu tudo até a última gota. Sentiu-se quase que de imediato bem melhor! Refeita! Ainda saboreando pediu-lhe...

- Me dê...Mais!!

= NÃO!!

Ele disse afastando as lãs dela dos olhos.

- Por quê??? - perguntou ela

Ele respondeu com calma:

= Venho te mantendo viva com essa bebida, mas, não possuo muito.  E quando você melhorar terá que se alimentar sozinha. – disse ele

- Alimentar-me?? Como assim??

Ele se calou e a soltou.

Ela se virou de frente para ele que continuava fitando-a com seus olhos de luz que pareciam faiscar. Ele retirou a flor dos seios e prendeu nas lãs dela, colocando por trás da orelha com carinho.
Ficando sem a proteção da flor, as lãs se soltaram deixando os seios à mostra.
A moça não se incomodou com isso dessa vez. Não sabe por que razão estranha... Gostava do olhar daquele macho sobre ela, mesmo sendo ele um desconhecido. Mas que cuidou dela com carinho...
Kaya pegou delicadamente a mão dele e beijou demoradamente agradecendo, enquanto beijava a mão dele perguntou fitando-o.

- Quem sou eu? Onde estou? Porque estou aqui? Quem é você? E porque voce me fascina?

Ele respondeu com a voz possante de imenso orgulho!

= Sou Elendil Elessar filho de Gaya! Não se lembra de mim?

Ele falou enquanto passava levemente a mão sobre o rosto dela. (a mão da atadura.)

Ao sentir o cheiro do sangue Kaya deu um salto se distanciando dele e estendeu suas grandes asas de pele e ossos, falando alto quase num grito:

- LEMBREI!!  VOCE É O ELFO!!!

- Senhor Elendil! O senhor me alimentou com seu próprio sangue... Todos esses dias... Poderia ter morrido.  Eu... Sou Kaya o vampiro! Recordo-me agora! Fui ferida pelo anjo da destruição que queria matar Amon o meu senhor! Lembro-me de ter sido salva por um Elfo! Por ti Senhor Elendil. Porque fizestes isso? Poderia ter morrido!

Eram perguntas e mais perguntas que as respostas assustavam aos dois.

-Vamos?

Disse Kaya levantando decidida a ir embora., porque... Uma força descomunal teimava em a jogá-la para os braços daquele ser maravilhoso que é temido e ao mesmo tempo adorado por todos.
Elessar disse calmamente:

= Espere vou chamar minha montaria e te levarei até a entrada da floresta, ainda estás debilitada e pode encontrar algum ser querendo matá-la.  Eu não posso transportar-nos agora, minhas energias está no fim preciso harmonizar com Gaya e voce, por favor estejas atenta a te seu próximo alimento.

Após dizer isso Elessar entregou as vestes de Kaya e pôs as dele. Assoviou alto: e adentrou a caverna sua montaria: Um alazão branco de crina vermelha como fogo... Mas, ao avistar o Vampiro, o alazão empinou, relinchou e fugiu em disparada. Elessar  preparou-se para chamá-lo novamente quando Kaya disse acabando de se vestir:

- Sr. Elendil eu estou me sentindo bem! Deixa-o ir!

O Vampiro estava pronta para sair. Agradeceu e se virou para alçar voo... Quando ouviu a bela voz calma, tranquila do elfo que a chamou:

- Kaya!

-Sim, Senhor!

- Estou feliz por você estar viva!

“-Viva”? Senhor

-Sim Kaya! Você continua entre nós!

Kaya agradeceu fazendo um sinal com a cabeça e com passos para trás foi se afastando enquanto olhava aqueles olhos reluzentes sobre ela... Olhos que lhe paralisavam e a fazia  sentir algo inexplicável. A Bruxa falou baixo quase imperceptível.

- Preciso ir Senhor! Agradecida por tudo!

Dizendo isto, alçou voo noite adentro... Dando várias voltas sobre o local para apreciar a bela figura que olhava para cima tentando encontrá-la dentro da escuridão com sua visão elfica . Kaya pensa com ternura

- “Talvez ele consiga me ver com seus olhos que reluz meu caminho”

Afigura imponente com as mãos sobre a cabeça e olhando para o alto foi ficando cada vez menor
Restando as duas luzes maravilhosas e infinitas como se a acompanhassem...

Parte final

Enquanto isso a nossa elfa após ter conhecido o tal humano que havia sumido sem ao menos deixar sequer o perfume da sua presença, vivia triste na parte mais escura da floresta e sempre sozinha. Elfos são felizes e falantes, mas esse não era mais o caso da nossa elfinha.
Todos os elfos já haviam feito de tudo, mas ela quase não falava mais. Não tocava seu alaúde... 
Os Elfos e Elementais da natureza se entristeciam quando...
Em uma clareira no meio da floresta se dava a mais estranha das visões:
Uma criatura sábia, que geralmente adorava companhia, vivia sozinha.  Antes estava sempre no meio de todo o tipo de criaturas, sempre ajudando quem quer que precisasse dela.

A Lua e o Sol caminharam pelo céu! Mudaram os dias, passaram os meses,
e a elfa não podia estar o tempo todo isolada, numa dessas caminhadas ela conheceu Anthos Alcarin! Um elfo do Reino de Vangah que tentou ajudá-laa sair da sua solidão.
Mas tão acostumada ela estava a ficar sozinha, que não quis a ajuda.
O Povo Vangahiano nunca desiste, e Anthos sempre insistia em conversar com a elfa.

Então, quando as estrelas voltaram a dançar no céu...



(Katia Kristina)

Comentários

  1. Gosto quando Elessar exercendo sua a medicina com excelência com elementos da natureza.
    fiquei triste pela Elfinha sozinha e desiludida... mas a história esta maravilhosa....parabéns !!!!!!

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    Respostas
    1. Preciso trazer meu Mestre brincalhão de volta, mas está dificil... :,(

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  2. Um belo capítulo. Essa temporada promete fortes emoções. Adorei a carta do autor..👏👏

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