O Manto Negro


3º Episódio


Pensamento
Às vezes, achamos que o que fizemos não foi o certo... Que deveríamos ter arriscado mais! 
Que deveríamos esperar para ver o que aconteceria?
Amor é um sentimento complicado, Por ele fazemos coisas sem pensar, no impulso...
E depois; Nos  arrependemos!
Entretanto, nem sempre exige um conceito ético. Porém, respeito e bom senso. Quem quer exigir que sejam cumpridos os deveres, precisa conceder os direitos, para que possamos cumprir com os deveres. Quem quer exigir respeito, deve primeiramente respeitar a si, depois os seus semelhantes.
O que não fazemos a nós mesmos, não teremos responsabilidade nenhuma de fazer aos nossos semelhantes.

Capitulo I


Eu cheguei primeiro que os “ditos caçadores” ao local em que Magno havia conhecido a Elfa, porque eu já conhecia o caminho. Quando cheguei vi uma cena inacreditável. Magno na sua insensatez em querer chegar até sua amada como ela o havia sentido... Extrapolou.
A Elfa estava de olhos fechado para sentir a melodia e relembrar talvez o dia em que o conheceu.
Enquanto estava com os olhos fechados e com a mente dispersa na sua melodia, desceu sobre ela um manto negro que a enlaçou por todo corpo com um grandioso aconchego...
A elfa sentiu suas forças desaparecerem enquanto toda a sua energia foi sugada por uma onda de calafrio que retirou sua essência vital.
Dentro daquele assombroso aconchego a Elfa não tinha forças para reagir e livrar-se daquele tão poderoso ser. A força misteriosa adormeceu os seus sentidos. Ela soltou no chão seu precioso alaúde que ao cair ainda emitiu notas que pareciam ser para despertar sua dona daquele torpor.

Mas não surtiu efeito. Ela estava entregue, plena e submissa ao seu predador!
E mesmo com seus sentidos adormecidos... Ela pôde reconhecer o toque gélido do seu algoz...
Em seguida sentiu o chão fugir de seus pés...
A Elfa percebeu naquele momento, que se ele a quisesse, ela não pensaria duas vezes em entregar seu coração... Seu corpo... Sua alma... O corpo da elfinha foi sacudido com choques que pareciam percorrer o seu corpo espiritual, com espasmos ligeiramente desconfortáveis e acompanhados de intensa vibração...  A seguir um feixe finíssimo de energia começou a sair do seu corpo...
Obedecendo a um “alarme” interno do metabolismo do corpo espiritual por ser a elfa um ser magico! E assim preservando seu espirito. Na mente da Elfa ela seria transformada a qualquer momento e inconscientemente, tentou preservar seu espirito para que ele não fosse abduzido.
Mas antes de qualquer coisa... Ouviu-se uma voz forte e autoritária dizer:

- Pare agora criatura da noite! Você não faz parte do meu mundo! Nem da minha floresta - Então solta minha filha!
O Manto negro a soltou imediatamente ao reconhecer a voz!
Recolheu suas presas, mas continuou com os olhos brancos com órbitas negras. E disse surpreso:

- Sua filha??? Ajeb ela é sua filha?

- Sim! É a minha unigênita Emka Botan de “Suryanna” minha filha. Eu peço que a deixe em paz. Não o conheço, mas não senti o mal em ti! Sei que ouvirá o pedido de um pai desesperado
Quem és tu e de onde vem Vampiro? Você não sabe que existe uma lei bem clara entre Elfos Vampiros e Humanos sobre que; essas raças não podem ficar juntas?

O Vampiro respondeu com perguntas que sabe que não terão respostas:

- Mesmo um vampiro que acredita que existe amor à primeira vista?
Um Vampiro que tem pensamentos humanos e o coração que fala de amor.
- Será que essa lei não tem uma exceção Ajeb?
Exceção para uma historia que una esses dois mundos repletos de leis e regras?
Regras essas que separaram o verdadeiro amor de dois apaixonados errantes:
Como um Elfo e um vampiro à tempos atrás? E que mesmo tendo um amor maior que qualquer amor que você já nutriu por alguém Ajeb! Mas por motivo dessas leis e regras eles não lutaram por esse amor. O que te levou a crer, que isso não aconteceria com sua prole. Que não aconteceria a mesma coisa que aconteceu a você Ajeb. Sua filha se apaixonar por um mero Vampiro?

História de fundo:

“Há muitos tempos atrás, Ajeb e Adheia eram felizes até que um dia, quando ele fazia a ronda foi abordado por um ser da noite. Ele ouviu um ruflar de asas... E pelo som Ajeb identificou que eram asas grandes e pesadas e poderiam ser uma Harpia desgarrada! Seres alados que são muito comuns em seu reino.... Seres que antes do acordo entre as raças guerreavam ferozmente...Ajeb procurou abrigo... Mas ele sentia a criatura vir em sua direção... Mesmo que não a estivesse vendo.
De um salto ele empunhou lança e perguntou;

- Quem vem lá? Identifique-se ou poderei ferir-te.

Não obteve resposta, apenas continuou sentindo aquela presença. Ajeb caminhou alguns passos à frente e avistou um ser que pairava entre as sombras vestindo um manto com capuz. Ajeb chegou perto armado e decidido a atacar para defender suas terras... O ser da noite continuou onde estava o que demonstrava ser perigoso... Mesmo assim ele se aproximou.
   A criatura desceu o capuz e olhou para ele com seus olhos cinzentos fazendo o elfo sentir calafrios! Ela trajava apenas uma capa negra e alguns farrapos que escondiam suas partes íntimas, as lãs eram negras e longas soltas ao vento. Ajeb estava paralisado diante daquele lindo anjo negro, nem percebeu quando ela De súbito, rufando as grandes asas o tirou do chão e alçou voo para o infinito. O elfo agarrou-se como pode ao anjo negro para não cair.

Ajeb sabia que poderia morrer a qualquer momento, mas isso não era importante, apenas o que importava era a emoção forte que a criatura causava nele... Quando estava bem alto e em pleno voo ela virou Ajeb de frente para ela e aflorou as presas... O elfo apenas olhou para seu rosto transfigurado sem gritar, sem dizer nada. A criatura preparou-se para beber dele, quando leu na mente do elfo que ele sempre sonhou com ela o abordando noite adentro. Isso fez nascer na criatura que só queria alimentar-se, um sentimento desconhecido... Ela soltou Ajeb! Ele agarrou-se na cintura dela ficando pendurado. Com o rosto colado no ventre dela... Triste ele sentiu que a criatura não possuía batimentos. O grande Elfo quase chorou de tristeza. A criatura mesmo dando voltas no ar não se livrou do elfo que se mantinha agarrado à cintura dela... De repente ela o envolveu com as pernas prendendo-o firme! Ela não queria mais livrar-se daquele empecilho: queria salvá-lo de morrer... A criatura dava giros no ar carregando Ajeb abraçado a ela sentindo o calor que emanava do corpo dele. O coração do elfo dava pulos que ele ainda não havia sentido.

Levado por algo incontrolável ele subiu pelo corpo do ser da noite e eles se abraçaram em estado de grande excitação; delírio, frenesi, com volúpia. Uma paixão lasciva, sem precedentes.
Ajeb foi encontrado somente na manhã seguinte dormindo nu na floresta, por elfos que o procuraram durante toda a noite. Assustaram-se com o fio de sangue que corria manchando a neve... Mas Ajeb não estava ferido a não ser na mão, pelos espinhos da rosa que ele apertava entre os dedos. Perguntaram a ele o que havia acontecido... Ele não podia contar a ninguém sobre o que aconteceu, mesmo que seu coração quisesse gritar alto. Ele esteve com um Vampiro e isso era determinantemente proibido.

Entre os soldados que o procuraram estava Adheia a esposa dele que percebeu o que havia acontecido. E depois desse dia o elfo sempre ficava horas nos arredores do castelo esperando ver seu ser da noite. Certo dia ela foi capturada por caçadores de vampiros e quando Ajeb soube... Moveu mundos para libertá-la. Tanto fez até que conseguiu e quando a criatura apertou a mão dele em agradecimento Adheia pode ter certeza de quem se tratava.
 No dia seguinte Adheia se apresentou para defender o reino do ataque das Harpias mesmo contra a proibição de Ajeb... Alguns dias depois... Adheia foi morta na batalha entre Elfos e Harpias. Ajeb sentiu remorsos e nunca mais ousou chegar perto do ser da noite. Um dia Emka encontrou um lenço com o nome Shaphira gravado com sangue... E movida por grande ira aperfeiçoou seus poderes de nascença para ter a chance de acabar com a criatura que levou sua mãe a morte...[...]

Enquanto O Vampiro falava com Ajeb que olhou para os lados para ver se seus súditos escutaram ele revelar tal segredo. A Elfa libertou-se do transe disse a seu pai:.

- Eu o amo meu pai.

Ao ver a convicção da moça o Vampiro confirmou:

- Eu a amo sua Majestade!

O tempo parou quando eles confessaram seu amor!
Ajeb não teve palavras, ao perceber que tão diferentes criaturas podiam se amar como todas as outras. Ele então falou aos dois;

- Emka minha filha. Sei que voce me julga pelo meu passado, mas posso te garantir que:
Desde que minha esposa nos deixou eu tenho sido mãe e pai para você.
Nunca mais abandonei meu povo, nem coloquei outra no lugar de sua mãe. Porque eu a amei! A minha maneira! Mais amei muito! E abdiquei do amor por qualquer outra por amor a sua mãe.
Respeito a minha família, ao meu povo e as minhas leis, que são os meus deveres de rei e as regras imposta ao meu povo a milhares de anos.
Que mesmo sendo um monarca dos elfos de “Suryanna” não posso mudá-las.
Um líder tem obrigações acima da sua família! E você como minha sucessora deveria Honrá-las.

A elfa abaixou a cabeça... Ela sabia que seu pai tinha razão! Se ela quebrasse essa lei estaria abrindo mão para todo povo élfico.
Neste instante chegou junto deles o Silfo representante dos ventos - sendo este o bravio vento norte. O mesmo que foi buscar o Rei Ajeb quando viu a princesinha chamando o Vampiro com sua música encantada. O Silfo de nome “prémiu” deu a elfa triste a permissão de viajar para o norte em uma velocidade que ultrapassava a velocidade da luz e a velocidade do som, pediu a Princesa que procurasse pelo “mundo visível”... Algum caso de amor entre Vampiros Humanos e Elfos que tenha sido pelo menos um pouco feliz. Emka aceitou e partiu em uma lufada de vento...
Em fração de um minuto ela voltou desolada. Apenas ao olhar para ela o Vampiro entendeu. Abraçou-a forte por longos minutos. E depois partiu para longe do seu amor decidido...  A nunca mais voltar. Deixando Emka e Ajeb abraçados em silencio. Juntos eles entenderiam o significando do amor, da dor, da solidão e da saudade. Ajeb de “Suryanna” um Rei, viúvo, sábio e muito cativante entre seu povo. Tem um amor proibido por suas raízes élficas... Ele sabe o que é saudade.
Aquelas que arrebatam o coração, retira a alma e não devolve mais.
Magno e Emka possuíam o amor ingênuo de dois jovens diferentes!
Mas que possuíam o sentimento de duas pessoas formadas pela determinação e alimentadas pela esperança de que um dia, poderão amar-se livremente, mesmo com todos seus deveres. Desejando que um dia possam estar juntos simplesmente pela perfeição do amor.

Capitulo II

Enquanto o coração e a mente de Magno lutavam entre roubar a elfa e ir embora a deixando com seu pai... Ele se lembrou do seu amigo Elessar que possui um amor assim... Um amor construído com o tempo, fortalecido a cada momento com mistério e sedução. Que por ser proibido e julgado por suas raças. Fizeram um feitiço entre famílias para que eles se esquecessem desse imenso amor que nem o tempo tirou de seus corações. De inicio nada recíproco (assim eles pensavam)
Ou talvez, no fundo sempre souberam da existência desse amor. Sempre foram cúmplices da arte de amar, talvez esse seja o que os humanos chamam de “verdadeiro amor”!
Aquele erguido por momentos difíceis, nutrido com as atribulações dos seus dias e das suas histórias... Magno não se arrependeu de ter se apresentado como um vampiro porque:
Quando o Cigano viu sua amada sobre a lua tocando uma canção que era um chamado ao vampiro, ele resolveu fazer sua vontade! Morfou para o vampiro e assim não assustou a moça chegando como um humano. O que poderia quebrar a magia. Ele queria contar devagar sobre seu processo de mutação, depois que já tivessem se conhecido melhor, depois que ela já tivesse sentido todas as sensações que ela imaginou ao pensar que ele fosse um ser noturno.

Feito que durante todo tempo ela nunca cogitou a ideia de que seu amor fosse um elfo. Sempre sentia nele um vampiro... Que foi a força da essência que ela sentiu no momento do encontro. E foi maravilhoso! Nem mesmo Magno sabia que sentiria força tão surreal ao abordar a elfa como um Vampiro. O amor que a elfinha sentia fez com que parte da anatomia do Vampiro despertasse em Magno.  Foi sublime a docilidade da aura apaixonada e magnetizada da elfinha quando com muita sensualidade o Vampiro correu suas presas afiadas contra a carne macia do pescoço dela drenando energia vital em dose pequena... Magno podia sentir ainda na boca a pele da elfa...

Quanto a elfinha: Ela tinha lutado com todas as suas forças para não deixar esse amor situar-se, mas o coração é dono de si mesmo e ninguém manda nele.
Fez com que eu me lembrasse que certa vez, a ciganinha Mah me disse que não gosta do Cupido porque ele usa fraldas. Quando eu perguntei o motivo de alguém não gostar de coisa tão sem propósito ela me disse sorrindo que “O cupido usa fraldas porque só faz cagada” Na hora não entendi muito e nem sorri... Mas depois de presenciar história tão triste... Eu entendi!

Uns quilômetros depois Magno voltou a sua forma cigana e sentou embaixo de uma árvore mascando um talhinho de hortelã. Eu não cheguei muito perto... Sabia que naquele momento ele precisava ficar sozinho. Então virei e corri o mais que pude em direção contrária, precisava saber o que a elfa fazia em Lhat “A Floresta Negra” se ela era um elfo de “Suryanna” essa estória estava atravessada na minha garganta. Corri o mais rápido que pude saltando pelos troncos das árvores dando impulso para ganhar um terreno maior. A noite ia alta e naquela hora muitas criaturas sombrias rondavam a “Floresta negra” de Lhat... Estava pensando sobre isso quando eu ouvi um som ao longe... Um som estridente que eu conhecia muito bem, então, eu abandonei a busca pela elfinha e corri a 90 km por hora para me afastar o mais possível dela e de sua caravana para não colocá-los em perigo.

Com certeza o meu perseguidor já tinha sentido minha presença. Ele estava a uns 50 metros de mim e continuava correndo! Ele é muito veloz, mas eu possuo habilidades.
 Avistei a minha frente um barranco... Olhei para trás sentindo a presença do meu perseguidor que vinha em minha direção quebrando galhos... Então deixei o corpo cair rolando velozmente até o fim da ribanceira... Eu queria ganhar tempo, nisso, avistei a alguns metros a minha frente, uma enorme árvore frondosa, movi o corpo durante a descida dando uma guinada de oitenta graus e indo bater firme com os pés na base da árvore, isso me deu um impulso bastante forte para que eu pudesse “voar” no espaço, passando por cima da cabeça de meu perseguidor e indo cair bem longe com os pés e as mãos no chão como um felino. Olhei para trás e sorri quando vi que consegui despista-lo, mas precisava continuar correndo para ganhar dianteira. Durante minha corrida avistei um brilho intenso na floresta adiante uns dois quilômetros... Senti que poderia ser Lorian ou Elessar e rumei para lá. Já estava quase chegando ao local que avistei o clarão quando senti uma pesada mão nas minhas costas sem mesmo ter tempo de virar-me, fui pega por um campo de força poderoso azul transparente que queimava minha carne. Gritei:

- Para Emka!!!! Sou Sigel amiga do Vampiro!

A elfa me soltou! E perguntou o que eu fazia ali. Eu respondi:

- Vim ao seu encontro para lhe perguntar o que estava fazendo tão longe do seu povo em uma Floresta perigosa! Mas fui intercedida por uma fera perigosa e mudei de direção para que ela não encontrasse voce e sua caravana voltando para casa. Eu já havia escapado dela, mas quando te senti ainda por aqui vim em seu auxilio.

A elfa olhava-me desconfiada e armada,  parecia que não ouviu nada do que eu falei a não ser o caso de eu saber seu nome e perguntou:

- Como você sabe meu nome?

- Eu já disse que sou amiga do vampiro! Eu estava esperando por ele mais a frente e vi tudo que se passou aqui, onde está seu pai? Aqui é muito perigoso.

- Meu pai já foi para “Suryanna”! – disse a elfa.

- E porque voce ficou?? Está em perigo!

- Estou em perigo? Nesse momento por quem?

Nisso nós ouvimos um arfar da fera e nos encostamos costa a costa .
Ali onde estávamos ficávamos completamente desprotegidas... Estávamos em uma chapada, só tinha pedras e relva e do outro lado o abismo.
Emka pôs a faca na cintura e com um movimento magico fez aparecer um arco e ficou esperando a fera. Pedi que saíssemos da beira do precipício e fossemos para dentro da floresta...
 Caminhamos devagar, com a percepção atenta! A Elfa fazia movimentos delicados e leves como se dançasse e eu me movia como um animal selvagem!  Estava pronta para o contra-ataque e procurando ao redor minha presa. Os olhos da Elfa brilhavam na escuridão da noite porque a lua cúmplice havia se escondido. Só enxergávamos com nossa visão élfica...
Mas não tanto o quanto precisávamos para enxergar nosso algoz...

Até que vi dois olhos vermelhos... E lentamente apontei à elfa indicando a fera . Ela sentiu o sangue gelar! Eu sabia quem estava ali à espreita e iria atacar-nos. Uma de nós tinha a chance de ficar viva. A Elfa pediu-me que nos separássemos para que tivéssemos mais chances de ataque. Eu fiquei atrás de uma pedra com as adagas em punho.
A Elfa armou seu arco mágico com sua flecha mais poderosa e esperou, em posição de ataque, pronta para tudo! Ela tinha sangue frio.

Até que com um uivo alto um lobo castanho e negro tão grande que parecia mais um grande urso...
Saiu de trás dos arbustos e rumou para cima da elfa com toda sua fúria descontrolada.
Ele veio foi com uma velocidade tão grande que eu perdi a deixa para o ataque surpresa...
 Na posição que a besta estava iria atacá-la jogando-a longe com sua patada devastadora e com certeza em seguida iria estraçalhar o corpo dela no chão. A Lua reapareceu!
O lobo estava à uma pequena distância  da elfa iluminado pela luz da Lua. Emka estava pronta para atirar... Mas... Não conseguiu!
Por trás daquele lobo imenso e assustador ela sabia que existe um humano ou um elfo e não tinha culpa de atacar pessoas quando era uma besta selvagem...

A besta saltou em cima da elfa paralisada com o arco armado... Com toda fúria, quando ia acertá-la saí do meu esconderijo e gritei movida por uma força desconhecida por mim.

- Adriem!! Para!!! Sou eu! Sigel! Não a machuque!!!

E fui para cima dele com minhas espadas... O Grande Lobo esquivou-se do ataque como se tivesse entendido meu grito desesperado
Suas garras ainda rasgaram as vestes da elfa e a seguir caiu meio de lado devido a fúria com que vinha para o ataque. Tendo o cuidado de não feri-la. Depois abaixou as orelhas como um cãozinho, deu a volta e se embrenhou na floresta uivando.

O coração da Elfa quase parou de tão assustada, ela sentou no chão, exausta, como se seu sangue tivesse saído todo do corpo. E perguntou com um fio de voz:

- Como voce conseguiu desviá-la de mim apenas com um comando?

Era uma resposta que eu não tinha... Eu não sabia como fiz aquilo. Apenas segui meus instintos.
Emka me contou que estava na “Floresta negra” para o festival e que iria participar do torneio dos magos. Levei-a para minha morada para vestir-se, pois estava seminua. A besta levou nas garras metade das vestes da elfinha.
Quando cheguei à entrada da minha morada Magno estava lá me esperando. Já havia chamado Dseyvar para irem atrás de mim... Quando viu a elfa quase desmaiou de susto. Olhando com os olhos arregalados e sem dizer uma palavra. Imediatamente deu a ela sua camisa.

A elfa pegou a camisa da mão dele e... Num impulso cheirou por um longo tempo, em seguida olhou para ele com os olhos brilhantes. O que foi entendido por ele. Mas não tocaram no assunto. Nisso chegou Dseyvar todo apressado...

- Vamos Magno é lua cheia!

Magno parecendo que saiu de um transe e disse::

- Vamos? Va... Vamos pra onde elfo?

Dseyvar olhou para o corredor aonde íamos para os aposentos e ficou sem saber o que pensar...
O Cigano continuava paralisado sem camisa e olhando para nós duas nos encaminhando para os aposentos. Dseyvar viu a elfa vestindo a camisa de Magno e teve pensamentos absurdos e quase gritando perguntou ao Cigano:

- O que voce me chamou para fazer com elas duas Cigano??

- Ahmmm  elas duas?  Do que voce está falando... Elfo?

Disse Magno parado no meio da sala ainda incrédulo... Para ele a elfinha já estava longe com seu pai...

Comentários

  1. Mas mas mas que lindo... a elfinha com caminha do cigano, super romântico e o dinamismo da Sigel em lidar com toda situação...parabéns.

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    1. Precisa sempre ter algo para berimbolar a história e não deixar o leitor perder o entusiasmo.

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  2. Iii.. magno se meteu em confusão e não dá para escapar, lutando..rs

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  3. Pois é doce cigano não adianta fugir.

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