A Decepção

16º Episódio
Capitulo I

Mah empurrou Adrien com cuidado para o lado.
Ele estava com metade do corpo em cima de Seth que visivelmente estava vivo.
Respirando forte e arfando.
Adrien pelo contrário não mostrava vestígios de vida. 
 Mah fez uma oração a Deusa cigana Senhora Kali e em seguida arrastou o corpo de Seth para fora do casebre  e levou-o para junto de Irina que estava se recuperando. 
Os vampiros transformados têm mais dificuldades em se curar do que os vampiros originais. 

A Cigana colocou o amigo de Irina bem perto dela para que ela pudesse cuidar dele caso fosse preciso e pediu a ela que enviasse ajuda assim que ela se sentisse bem para levantar e voltou ao casebre. Adrien continuava lá inerte... 
Mah tomou-lhe o pulso e não sentiu nada nem mesmo um tremor. 
Tentou sentir a respiração com a lâmina da espada, mas não embaçou... 
Colocou a mão sobre o peito de Adrien e tentou sentir as batidas do coração. 
Mah confiava nos Deuses ciganos e no Pai celeste. Com essa fé em seu coração disse umas palavras que nasceram em sua cabeça, mas que vieram do seu coração... 
Em seguida puxou o corpo do Cigano e colocou a cabeça dele em seu colo. E esperou ajuda.

Ela não admitia ir embora e deixa-lo ali naquele casebre solitário. Mesmo que ele parecesse morto... Seu corpo ainda não estava frio. De repente Mah sentiu algo a incomodando sobre suas vestes e ao ver do que se tratava disse com entusiasmo:

- Obrigada Senhora Kali! Não preciso esperar por ajuda eu vou leva-lo a meu acampamento e lá poderemos fazer alguma coisa por ele.

Era seu “bastão Magico” Presente da Harpia. Ela deixou Adrien no chão por alguns minutos, escondeu as coisas dele sobre umas tábuas soltas no assoalho e  voltou para junto dele.
Com muito jeito, mas com sacrifício devido a estatura do cigano Mah coloco-o sobre seu braço esquerdo. Cobriu-o com o manto, para que ficasse o máximo juntos, porque ele estava desacordado. Numa hora dessas o melhor seria carrega-lo nos braços, mas ela não tinha forças para isso, Adrien era um Cigano grande.
Com a mão direita ela suspendeu o “bastão” e disse umas palavras que foram ensinadas pela Rainha Harpia! Após uma ventania e muito enjoo eles foram parar na floresta de Uhat...

Entretanto Mah não foi exatamente para seu acampamento o “bastão” a levou para o seio da floresta na outra extremidade do rio, não se sabia por que “cargas d’água” se ela fez tudo certo.
Estava escuro e silencioso e a Cigana não tinha exatamente o senso exato da direção que tomou. Talvez pelo estresse emocional que passou. 
Ela estava se preparando para deixar Adrien sobre o solo, para poder ter uma ideia de onde estavam e usar novamente o “bastão” nisso... Ela ouviu algo... Alguém estava entoando um feitiço.

 Mah ficou assustada com o que poderia acontecer se descobrissem ela com o Cigano ali.
Poderia ser um bruxo!
A Ciganinha se levantou devagar e começou a espreitar por trás dos arbustos se conseguia ver quem estava por ali. Precisava usar o “bastão”, mas se fosse um bruxo sentiria o poder que o "bastão" iria emanar e poderia vir até ela para toma-lo... E não era só isso! Ela estaria em perigo!
Se esticando mais um pouco Mah conseguiu perceber um vulto, abriu mais um pouco às folhas e galhos e viu um ser de manto e capuz levitando em “posição de lótus”. 
O coração da Cigana quase saiu do peito de susto, quando ela ouviu uma voz entremeada ao som tremulante do cântico dizer:

= Por que estás a me observar Cigana? E por que tens tanto medo?

Depois do susto ela pôde reconhecer a voz e a silhueta que podia ver mesmo por trás do manto... 
Com o coração aliviado correu ao encontro do vulto e se atirou em seus braços chorando... 
Não tendo outro jeito, ele cancelou o que estava fazendo e disse aconchegando Mah em seus braços:

= Precisamos parar de nos encontrar assim Cigana.

Como era maravilhoso estar aconchegada nos braços dele... Mah sentia toda proteção que precisava era como o colo de sua mãe. Entre lágrimas ela disse:

- Me ajuda Senhor Elessar!

= Com toda certeza minha adorada! Mas primeiro preciso saber do que se trata.

Mah resumiu a história da maneira que deu para Elessar entender e os dois foram até Adrien que Parecia morto. Elessar falou ao tocar nele.

= Oh! Temos um sério problema Cigana! Onde está o outro humano de que me falastes?


- Deixei-o com Irina Senhor Elessar! No casebre. Mas não sei onde fica... Cheguei até ele com a magia do Cigano. Do que se trata?

= Voce me disse que o humano estava vivo e que seu coração batia forte! Não estou certo?

- Sim Senhor!

= Pois esse que reside na matéria do seu amigo Cigano não é o espírito dele. Ele deu sua vida para salvar o outro humano.

- Então... Adrien está morto?

= Por enquanto não! Porque o corpo do seu amigo Cigano está são! Mas temos poucas horas. Leve-o até o Kaku e peça que ele segure-o para mim, eu vou terminar o que estava fazendo e buscar o outro humano com a “Rainha flamejante” em seguida buscar meu amigo Galeon e faremos o feitiço da transmutação. Espero que eu tenha tempo. Porém, não posso fazer sem estar pleno.

- Mas Senhor! E se eu não conseguir chegar à clareira? Eu estava tentando chegar lá quando vim parar aqui.

= Esse foi o erro Cigana! Voce não pode tentar! Voce deve ir. Ter fé e certeza do que deseja. Vá!

Ao terminar de dizer isso Elessar foi até a caverna onde os Elfos chamam por seus ancestrais para que tenham sabedoria pra forjar suas espadas. 
 Elessar que possui uma espada doada por um celeste chamou um Anjo para ajuda-lo a restaurar sua “Ituriel”  Uma Espada forjada com seu próprio sangue. Presente que recebeu dos celestes por seus feitos honrosos e que se partiu por um elfo de luz ter sido possuído por um demônio.

 Elessar colocou todos os pedaços de “Ituriel” sobre a pira Celeste e evocou Aea - anjo que destrói demônios para ajuda-lo! 
Naquela hora mais do que nunca ele precisava estar limpo para ajudar sua amiga a salvar o Cigano Adrien que é um Humano de coração puro.  Elessar entoou o cântico dos Anjos:

= Na Floresta de Uhat onde se encontra meu reino
Sob a luz branca da lua azul eu invoco Aea
Diante de mim cavalgará um Celeste
Ao soar as trombetas e tilintar meus guizos
Em brancas montarias os Celestes levarão
Chifres dourados de cervos e os cisnes voarão
Cruzando velozmente os céus do meu reino
EU! Elendil Elessar de Elensar Saúdo-te!
Aea poderoso Anjo guerreiro e destruidor de demônios
Se ainda houver qualquer vestígios do mal em mim
Que com todo seu poder seja agora arrancado .
Que eu seja novamente uma parte do meu povo
Ou que a suave morte me leve em sua montaria.
Se isso for definitivamente impossível.
Assim será!

Ao terminar o Cântico sagrado o grande Elfo caminhou até um local que estava demarcado com um círculo de pedras. Assim que terminou de entrar caiu em um sono profundo desmoronando no solo. Ele despertou em um mundo estranho com a floresta tão devastada que o grande Elfo ajoelhou-se e chorou. 

Capitulo II

Elessar estava desarmado e de joelhos quando ouviu um ruído nas folhas secas seguido de um grunhido horrível... Que estridente feria sua super-audição elfica.
O Elfo levantou-se de um salto a tempo de não ser surpreendido por uma besta demoníaca... 
Que vinha em disparada para cima dele. 
Era uma mistura de Humano com porco selvagem e tinha um tamanho imensurável...
Elessar saltou no momento que a besta atacou... Ela passou direto... E freou mais na frente arrastando os cascos no solo e retornou com uma fúria descomunal. 

As presas da besta eram perigosas. Pareciam duas adagas afiadas. 
Elessar estava desarmado, então tentou usar seus feitiços élficos... Mas para seu espanto...
Não funcionaram. Ele precisava eliminar aquele ser demoníaco que teimava em ataca-lo.
 Por seus pelos sujos de sangue ela com certeza havia atacado alguém antes dele. E levou vantagem. Mas o Elfo não iria permitir isso. Para ter mais tempo de saber o que fazer já que magia não funcionava Elessar correu para as montanhas que avistou a uns quilômetros deles e a besta foi atrás. Enquanto corria ligeiro como o vento Elessar ia pensando nas suas estratégias para se livrar da besta. Encontrou uma caverna e entrou. Precisava de tempo e de uma arma... Ou teria que lutar com ela corpo a corpo e se aquelas presas tocassem nele... Ele sangraria até a morte. 

Ao entrar na caverna escura. Elessar firmou sua visão Élfica para situar-se e viu inscrições nas paredes da caverna. Com o coração triste ele descobriu que aquela besta era o último sobrevivente dos elfos desse mundo estranho em que ele estava. Era um “Janavar” 
Que talvez por ficar sozinho nesse mundo ermo tenha desenvolvido aquela aparência bestial como  proteção para garantir sua sobrevivência.

  Enquanto Elessar estava lendo as inscrições o “Janavar”o encontrou, mas o Elfo conseguiu escapar da caverna e voltou para o prado. Ele tinha um plano e confiava em seu propósito.
 Ao chegar no prado, o Elfo subiu rapidamente na árvore seca mais alta que encontrou, ele precisava observar o “Janavar” que parecia ter gostado de saber que tinha uma caça à sua altura ou que talvez tivesse encontrado um amigo não se sabia ainda. 
Para garantir que o elfo não escapasse, a Besta decidiu fechar todos os portais prendendo o Elfo naquele mundo triste de floresta seca. Mas Elessar não desistiu dele. Sabia que não podia usar feitiço naquele mundo. Porque os feitiços poderiam ser usados como arma e parecia que quem o jogou nesse mundo o queria desarmado... 
Mas, com toda certeza ninguém poderia lhe proibir de ser um Elemental. 

Elessar começou a fugir do “Janavar” enquanto colocava seu plano em prática. 
Primeiro enviou uma mensagem mental aos ventos. 
Pedindo que trouxessem nuvens. Muitas nuvens. Acúmulos delas. 
Enquanto esperava pelas nuvens Elessar correu do “Janavar” por toda floresta ou por parte dela para poder compreendê-la. 
A besta sempre precisava parar um pouco para descansar, por que carregava um corpo muito grande para as pernas humanas e ficava mais moroso. 
Enquanto isso, o Elfo se distanciava dele e continuava suas investigações. 
Na procura de informações o Elfo encontrou um leito seco do que parecia ter sido um rio muito extenso. Enquanto o “Janavar” estava longe ele amarrou algumas toras na cintura e puxou como um arado para sulcar a terra morta nas margens do leito seco. 

 Elessar estava lidando com o arado quando sentiu a primeira brisa fria... 
Então apressou sua lida, uma razão, porque o vento iria ficar mais forte e outra  porque a besta estava próxima. Elessar soltou as toras da cintura e pediu ao magma abaixo da crosta terrestre, que  aquecesse toda a terra do leito seco do rio em uma grande parte de sua extensão! Foi feito bem a tempo de chegarem as nuvens. Elas estavam perfeitas. Escuras e pesadas.

Todo aquele calor que subiu com o vento que estava no local criaram vapores que deixaram as nuvens muito mais densas. O Elfo em sua forma Elemental do ar foi até as nuvens para carrega-las de eletricidade. Em pouco tempo soltaram faíscas gigantescas ao se chocarem duas nuvens, arrancando elétrons das moléculas do ar e finalmente a chuva desabou! 

O “Janavar” que já nem lembrava mais o que fosse uma chuva assustou-se e fugiu para a caverna. Era tudo que Elessar precisava!
 Ele desceu e pediu a gaia que liberasse energia para aquela parte de seu corpo. 
A princípio ela não queria. Estava magoada com seus filhos que permitiram que esse mundo morresse. Mas se tem uma coisa que Elessar não faz, é desistir de seus intentos. Ainda mais quando ele sabe que irá ajudar. 
O Elfo mostrou a Gaia como ele havia preparado tão bem a terra da beira do rio com todo seu amor. Ele convenceu-a de que toda aquela água morreria e se tornaria um pântano até secarem por falta do oxigênio, que só as plantas são capazes de produzir. 
Elessar insistiu, insistiu. Mostrou todas as benfeitorias que teria esse mundo triste que Gaia resolveu ouvir seu filho tão devotado. Talvez até por tanta “lenga lenga” nos ouvidos dela. Mas conseguiu.

De um jeito ou de outro, o que importava era que a vegetação brotou na beira do rio. Isso daria vida a água, que iria evaporar e traria chuvas para regar toda a terra daquele mundo triste. Novamente se cumpriria o ciclo de vida naquele mundo!
Durante toda a noite Elessar trabalhou com afinco!
Quando amanheceu ele foi banhar-se no novo rio feliz e sorridente ao ver a vasta vegetação que fazia um belo tapete na beira do rio... 

O Elfo feliz distraiu-se e se esqueceu do "Janavar"... Saiu do rio girou as lãs como se fossem hélices para secar e vestiu-se... Enquanto suspendeu os braços para prender as lãs... Sentiu  a dor aguda de uma lança entrando no seu abdômen e saindo do outro lado... Elessar levantou os olhos e viu o "Janavar” na outra margem do rio... Por instinto ele entrou na água. Em seu mundo ele se cura nas águas quentes do rio... Mas aquele não era o rio de sua querida Uhat e não surtiu efeito algum... E o "Janavar" foi pra cima dele com toda fúria...  Assim que entrou no rio.. 
A besta assustou-se quando sentiu a água sob seus pés... Ele ficou paralisado e grunhindo dentro da água sem saber o que fazer. 

 Elessar quebrou a lança e arrancou-a de seu abdômen fazendo o sangue jorrar!
Com o pedaço que arrancou de seu abdômen e que tinha a ponta afiada, O Elfo partiu para cima do “Janavar” movido de fúria...
O Elfo estava decepcionado!
 Ele havia feito tudo aquilo para aquela besta e o que ganhou em troca? 
Ao ver que o “Janavar” estava tão assustado com a água, Elessar jogou o pedaço da lança longe e atacou-o com suas próprias mãos, sem se importar com o sangue que jorrava de seu abdômen.

 Ele iria morrer, mas mataria aquele ser ingrato!

 Elessar segurou-o pela garganta e apertou encravando suas garras elficas no couro duro da besta... Ele não queria pensar, queria apenas acabar com aquele ser que não conhecia compaixão enquanto ele apertava, foi deitando a cabeça da besta na água para afoga-la...
 O “Janavar” olhou para ele na ânsia da morte e o Elfo viu o medo em seus olhos de fera... Então...
Elessar foi afrouxando a mão da garganta da besta, bem devagar,  foi subindo as mãos pelo fucinho da besta apavorada até suas frontes. E quando conseguiu encontra-las, colou as Palmas das  mãos no ponto do chakra da besta...

 Intensos tremores sacudiam os corpos dos dois enquanto eles viam como em um filme como era o mundo do “Janavar”.

"A floresta do “Janavar” era motivo de orgulho e também de luta pela preservação. Um mundo com uma biodiversidade capaz de despertar o interesse em milhares de seres.
Uma rica floresta com incidência de altas temperaturas e, também, de uma quantidade significativa de precipitações de chuvas. A umidade e as altas temperaturas eram as principais características da floresta do “Janavar” uma biodiversidade extremamente abundante. Uma floresta muito rica com a presença de árvores altas muito próximas umas das outras, formando grandes regiões de solo coberto por sombra. Este solo, por sua vez, além de bastante rico contava com uma camada de folhas caídas das árvores, que adubavam além dos animais mortos e húmus.
Os “Janavares” foram abduzidos pela ganância e por promessas de outros povos que usavam a madeira, provocavam incêndios que dizimaram por completo o coração da floresta. E por conseguinte os seus habitantes, restando apenas aquela Besta! O Elo Perdido".

 No final da visão Elessar não tinha mais vontade de acabar com a vida da besta demoníaca. Ele... O Elfo  Elessar era o intruso ali no mundo daquela besta. Com esforço o Elfo o arrastou para a margem do rio tirando-o da água que era o seu maior pavor.
 Deitou-o na relva que formava o belo tapete na margem do rio que corria mansamente e caiu para o lado com sua vida se esvaindo...
Naquele momento, Elessar não tinha mais raiva apenas dó.
E seus últimos pensamentos foi para Mah e para promessa que fez a ela de salvar seu amigo... .

O “Janavar” se levantou, foi até Elessar... O Elfo caído estendeu a mão para ele...


Mas... o "Janavar"... Oh...
..........

Comentários

  1. Acho que javanar vai ajudar o Elfo em forma de gratidão por ver nele, um bom coração.

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