"A Fogueira da Vitória" 2ª parte Emka & Hector

Capitulo III

Sitaara fez novamente a brincadeira de rodar em volta e dar outra volta que nos deixava nervosos e ela se deliciava com isso. Após nos fazer tremer parou no Nosso "Campeão dos Povos" A Elfinha Prateada e disse:

- Agora é sua vez Emka! Conta para nós uma de suas aventuras, ou apenas uma história na “Roda Cigana dos Amigos”


EMKA
= O Salvamento do Bebê
Texto de :Emiko ƸӜƷ Botan
Está bem! Vou contar-lhes a aventura que mais mexeu com minha mente.

Como voces sabem: Todos os Elfos são magos, feiticeiros. Mas existem aqueles que Possuem dons. Elfos que os feitiços são muito mais fortes e que podem aperfeiçoar
"Esse foi o meu caso".

Quando completei 15 anos terrenos. Meus poderes mágicos bombardearam minha mente de uma só vez... Tiveram que me prender para que eu não machucasse ninguém principalmente as crias que estão em meu mundo correndo de um lado para o outro.
Eu precisei ser levada a um ancião para que me ajudasse a controlar minha força, por não ter controle de tanto poder. Eu quebrava as vidraças andando na rua se alguma coisa me aborrecesse. Levitava sem saber voltar ao solo, isso quando não incinerava coisas para não fazer a quem me aborrecia.
O Ancião disse a meus pais que se eu sentisse muita raiva poderia incinerar as pessoas.  Ele pediu permissão para levar-me a um lugar ermo. E teve a permissão.

O ancião chamava-se "Aurim" ele levou-me a uma caverna e me deu:
- Um  Grimório com páginas marcadas
- Uma corda com um nó enorme que parecia que tinha um por cima do outro.
- Uma redoma de cristal com uma Violeta Pendente. Chamada pelos Elfos de Flor Mágica.
- Uma maçã madura de casca muito vermelha e sedosa.
Ele me disse que eu deveria desatar o nó sem usar as mãos... Levasse o tempo que fosse... Eu não deveria de maneira alguma tentar desatar o nó com as mãos. Em seguida quebrar a redoma sem ferir a flor que era muito sensível e por fim, descascar a maçã deixando-a lisinha sem um mínimo ferimento que fosse. Tudo apenas usando a mente e movimentos mágicos. E assim que eu conseguisse as três tarefas eu cairia em um sono profundo. Nesse sono eu deveria interagir com o que ocorresse e salvar quem precisasse ser salvo.
Se eu conseguisse todas as tarefas estaria apta a ser livre.

Aquele incentivo era o que me ajudou a ter coragem:

“Ser livre”

Poder transitar entre as pessoas, poder ir as festas. Eu estudava na minha prisão há dias não via meu amigo Anaake Lainn por quem eu nutria uma grande afeição.
Então, eu já me via livre e durante cinco longos e cansativos dias eu tentei primeiro desatar o nó.
Nas páginas marcadas do "grimório" eu aprendi que:
O feitiço ou magia é uma intenção, uma projeção mental enviada ao Universo, associada com a manipulação de algumas energias, com o intuito de efetuar algumas mudanças no campo físico. 
Essas energias eram:

A energia natural
: que é encontrada nos elementos da natureza.

A energia Elemental: quando é necessário chamar a força dos quatro elementos.

A energia planetária: geralmente a chamada Energia Lunar, pois a Lua é um refletor não só da Energia Solar como da Energia de todos os Planetas do nosso sistema.

A energia dos deuses: Todo feiticeiro trabalha em linha direta com os Deuses. Não haveria  intermediários.

A energia pessoal: que era a minha força interior. E nada mais é do que a energia Sexual do ser humano, que, na verdade, é a nossa maior fonte de Poder Pessoal.

Essas energias deveriam ser associadas a minha vontade como:

Desejo: o feitiço nada mais seria do que a projeção do meu poder pessoal. Convicção!
Concentração: ou seja reter um pensamento, imagem ou figura na mente de forma ininterrupta.
Visualização:  eu deveria visualizar o meu desejo sendo realizado.
Palavra: a palavra tem um poder incrível, portanto tudo deve ser falado ou cantado para que possa surtir efeito.
As mãos: eu deveria utilizar o poder das mãos. Pois é através delas que os poderes são liberados. O dedo médio da mão de um feiticeiro é poderoso. É por isso que o feiticeiro jamais usa um anel nele. Serve para traçar o círculo mágico e para direcionar energias. Depois de aprender no "Grimório" Parti para realizar os feitiços. Com consciência! Certeza! E Coração!

Até que no quinto dia!  A corda começou a mover-se... Aquilo para mim era uma grande vitória!
Algumas horas depois: O nó se abriu lentamente passando pelo intrincado vai e vem de uma corda  por dentro da outra, até que a corda se estendeu sobre a mesa... Da corda saiu um raio multicolor que girou em torno de mim... Era quente e aconchegante como um abraço... Eu chorei de emoção!

Passei então para a redoma... Nessa tarefa eu não podia tentar e começar de novo... Porque se eu a quebrasse com uma explosão, como as que eu causava nas vidraças de meu lar eu mataria a flor...
 Então eu tentei realizar um feitiço com amor. Usei toda atenção e delicadeza que deve ter alguém, que não gostaria de ferir o ser amado... E eu vi a redoma trincar... E como se eu tivesse cortando-a com uma faca ela abriu-se em duas partes. A florzinha azul tomou todo espaço com uma aura da mesma cor me causando arrepios compulsivos de alegria...

Finalmente eu estava com a maçã na mão... Minha primeira intenção foi devorá-la... Quando ela chegou já estava madura e cinco dias depois estaria muito mais sensível ao toque. Eu olhei para ela... O aroma era delicioso e eu estava a cinco dias me alimentando apenas de folhas de hortelã.
Como toda ação antes de ser praticada é pensada. Imaginei as várias maneiras de se descascar uma maçã, mas de todas eu poderia feri-la...
Então novamente usei o amor e a dedicação para essa tarefa. Quando vamos despir alguém tomamos  o cuidado de não torcer os nervos e músculos para não causar luxações, tomamos cuidado com ossos, com as cartilagens e finalmente tomamos cuidado para não ferirmos a pele de quem amamos com nossas garras . E assim fiz.
Descasquei a maçã como se retira as vestes de quem ama. E a casca deslizou suave deixando a maçã perfeita. Imediatamente eu adormeci e comecei a sonhar.

 No sonho eu brincava com uma cria de olhos azuis. Quando de repente... Eu tive que fugir!
 Não sei quem foi meu perseguidor. Esse medo apertou meu coração. Eu tinha medo de algo que eu queria, mas não conseguia ver. Não consegui identificar. Eu estava na densa “floresta negra”
Não estava no meu mundo. Eu corria levando a cria nos braços por entre os arbustos e galhos que pareciam que iriam nos capturar como as sombras negras que capturam os demônios.
Eu precisava ter força para manter a cria a salvo...
A vida dela estava em perigo e eu era sua única salvação e precisava protege-la a qualquer custo.
Eu lembrava que o ancião me disse que eu deveria interagir.
 Eu sabia que aquilo era um teste mesmo estando adormecida e sonhando. Mas naquele momento para mim não importava o teste eu queria salvar a cria que me apertava forte enquanto eu corria de uma grande ameaça invisível, porém, com uma presença muito forte e aterradora. Eu sentia medo!
Mas eu queria proteger a cria...
Eu simplesmente amava aquela cria como se fosse meu sangue. Meu perseguidor estava quase chegando perto de nós, quando ao passar perto de uma parede rochosa senti um sopro de vento nas pernas... Eu pensei que só poderia ser uma caverna. Despistei o perseguidor jogando pedras para o outro lado, enquanto ele seguiu o som, eu voltei e entrei na caverna.
Era uma caverna escura, mas os olhos azuis da cria iluminavam meu caminho. Encontrei um cantinho que ficava a uns dois metros da porta, mas eu podia ver o lado de fora da entrada. Fiquei em silêncio  com o coração acelerado esperando ter a certeza, se eu teria mesmo despistado o nosso perseguidor.

E graças aos céus! Ouvi-o passar correndo de volta pela abertura da caverna sem nos encontrar. Enfim pude Respirar, mesmo que lentamente, silenciosamente.
Descansei e peguei a cria em meus braços com carinho e... Ele adormeceu pacificamente confiante... E eu despertei.
Eu estava em meu Lar no meu aposento com meus pais e Livre... Finalmente.
Agradeço pela oportunidade!

Ficamos felizes com a perseverança da nossa querida elfinha prateada e o amor pela vida! Ao saber que estava sendo testada, mas que naquela hora não importava o teste e sim a vida da Cria. Elessar elogiou-a deixando-a toda vaidosa.

Depois que Emka terminou e nos pusemos em nossos lugares. Sitaara levantou-se, foi até Emre e trocou de lugar com ele. O Semideus sempre vinha direto no amigo que ele queria, sem brincadeiras e sem suspense escolheu: Hector. Que mesmo sabendo que estava na "Roda Cigana" Assustou-se! Talvez pelo Semideus escolhe-lo tão cedo. Magno bateu palmas para ele e Last olhou com cumplicidade e lá foi nosso mordomo querido contar sua história.


Capitulo IV

HECTOR
= Uma Noite de Pavor
Boa noite meus queridos! Primeiramente agradeço-vos a honra de ter-me entre "os amigos"
Vou contar agora sobre a única noite que eu senti pavor na minha vida:

Era mês de outubro. Noite alta na Hileia Amazônica
Os ribeirinhos escondiam-se em seus casebres, palafitas, e casinhas de sapé, eles estavam assustados, um pouco por crendices, outro pouco por ignorância. Mas nesse caso, o medo que sentiam era de algo real. Algo que muitos diziam e afirmavam até o dado momento se tratar de "lenda Urbana". 
Foi neste ambiente que se passou a história que vou lhes contar..

Uma história triste no ver de uns e uma história de amor na visão de outros.

A noite era quente!A lua cheia acabara de nascer e debruçava-se sobre a Hileia amazônica em sua cor alaranjada! Parecia um holofote a iluminar toda a mata, foi nesse lugar que tive uma experiência inusitada.
A noite parecia molhada pela umidade do Rio Amazonas, que proporcionava uma sensação tão boa como se houvesse gotículas no ar. Eu sou filantropo e nessa época gostava de gravar os sons da noite, peguei um barco pequeno e remei rio a cima procurando sentir a maravilha da noite, deitei-me no  fundo do barco liguei o gravador para gravar os sons maravilhosos desse lugar que quase não possui ventos. Gravava o coaxar dos sapos, das jias o pio das corujas entre outros sons enquanto apreciava a beleza do Luar. O barco deslizava calmamente em uma corrente tranquila, quando ouvi vozes e risos. Com a curiosidade aguçada encostei o barco e entrei na mata ouvindo cada vez mais perto as risadas. Continuei a procura de tamanha alegria até que...

Deparei-me com uma cena preciosa para meus olhos leigos! Avistei por entre as folhagens, uma grande fogueira numa clareira e diante da fogueira que crepitava alto, muitas mulheres seminuas bailando em volta do fogo.
Elas dançavam, entoando cânticos estranhos. Em certos momentos do culto, elas tocavam em seus corpos enquanto coreografavam um balé de mãos! Eram lindas, perfeitas! Enchendo de êxtase os olhos do homem que estavam acostumados a ver danças aborígenes...
Eu estava paralisado, com a respiração entrecortada, o corpo suando como se houvesse corrido muito! Porque aquela dança mexia com a minha libido.

Eu estava tão concentrado que de repente tive um susto quando uma figura encapuzada trazendo na mão um turíbulo, donde exalava o odor da mais deliciosa essência que eu já havia experimentado na vida. Parou a dança! Ela rodava o turíbulo e o aroma invadia a mata.
Mais atrás, vieram mais três pessoas também encapuzadas trazendo recipientes como: cuias, branca, vermelha e preta. Puseram sobre uma mesa de pedra “pira” deram as mãos em um grande círculo e entoaram o tal cântico novamente. Dentre as mulheres, aproximou-se uma que parecia ser a mais velha e mais sábia, e também tão linda quanto as outras! Ela retirou o manto da figura que permanecia imóvel no centro do círculo... Eu exclamei alto;

-MEU DEUS!

o mando desvendou uma jovem de formas perfeitas, pele muito branca, cabelos negros, que estava completamente nua e de costas para mim, os cabelos dela iam abaixo da cintura.

Eu petrificado e em silêncio apreciava tudo! Uma das mulheres encapuzadas aproximou-se trazendo a cuia preta e untou o corpo da jovem com algo viscoso enquanto as outras cantavam e dançavam em volta dela. A segunda trouxe a cuia vermelha, com um liquido também vermelho e despejou sobre os seus ombros. A terceira com a cuia branca segurou-a pela mão e a virou deixando-a de frente para mim. (Eu parei de respirar para acalmar meu coração)!
 A mulher com a cuia branca cobriu o corpo da jovem, com pétalas de rosas brancas que aderiram, por causa dos líquidos que lhe cobriam o corpo. As mulheres bebiam absinto e dançavam com eloquência, Se elas não estivessem concentradas no que faziam! Teriam ouvido os meus joelhos irem de encontro a terra, pois estavam bambas as minhas pernas ao se deparar com cenas tão excitantes.

 No auge do ritual todas ficaram em silêncio apenas a mais velha entoava um mantra com a boca fechada fazendo o som vibrar no peito. Em seguida tomaram a mão da jovenzinha e levaram para outra figura de capuz que saiu de uma tenda. Todas as mulheres acompanhavam-na em cortejo... Meu coração apertou quando vi que a mocinha relutava... Ela olhava para trás como se esperasse ajuda de alguém... As mulheres encapuzadas afastaram-se deixando só a mais velha a mocinha e a outra criatura encapuzada que eu tinha medo que fosse um demônio pelas histórias que eu ouvia... A mais velha colocou a mocinha diante do encapuzado foi para trás dele e retirou o manto com capuz. Era um homem nu! Era um cara “bem apanhado” que estendeu a mão para ela. Novamente ela relutou... Nesse momento acho até que elas me ouviram dizer em voz alta;

= Santo Deus! Pensei que estivesse sozinho!


Meu coração acelerou como se fosse explodir. Tinha um cara atrás de mim Era alto e estava de, sobretudo e capuz que lhe escondia o rosto. SÓ APARECENDO SEUS OLHOS VERMELHOS. Ele falou comigo... Sua voz soou  assustadora:

- Afaste-se daqui se quiseres permanecer vivo! Corra e não olhe para trás! Eu não vou permitir isso! Ela não quer.

Eu senti meu sangue gelar e um medo pavoroso que eu nem sabia por que. Eu não era um covarde!
 E vivia nas noites embrenhado nas matas, nos cantos mais escusos das cidades em busca de sons diferentes.. Mas me afastei dali quase correndo até o barco... Mas a minha curiosidade foi mais forte que o medo e eu voltei bem devagar para minha posição privilegiada. À ponto de presenciar o cara pelado que estava do lado da mocinha completamente excitado e ereto.... Esperando o momento de acasalar com ela, que estava deitada sobre a pira, chorando e segurando as mãos da mais velha que acariciava os cabelos dela carinhosamente para encorajar... Eu sentia que precisava ajudar... Eu seria massacrado por aquela multidão de mulheres se eu as irasse. Mas quem sabe a mocinha poderia fugir.  
Enquanto eu me demorei pensando o cara segurou-a pelas pernas e a puxou para si: Ela se agarrou a mais velha que lhe confortava, soluçando. Eu sai do meu esconderijo decidido a não deixar aquele cara estuprar a mocinha. 
Bem no momento que uma sombra enorme encobriu a lua escurecendo a mata e ouviu-se um rufar de asas que trazia um vento tão forte que fazia as folhagens deitar-se.
   Surgiu na clareira uma imensa criatura que quando batia suas grandes asas, jogava sobre nós um odor de sangue e mofo. Tinha um grunhido horroroso e estridente. 
A criatura desceu sobre a pira.... E pairando sobre ela pegou o cara com as garras dos pés, que sem um grito se quer, foi rasgado ao meio, ficando pendurado nas garras dele em dois pedaços que ele atirou longe... As mulheres gritavam desesperadas, e sumiam na mata. A moça estava paralisada ante a visão que eu não acreditava estar presenciando.

A criatura pousou! Era muito grande! Com mais ou menos dois metros e meio de altura, grandes asas pontilhadas como as asas dos morcegos. E soltava grunhidos fazendo toda mata silenciar.
Foi se aproximando da pira... a moça se agarrou na mulher e escondeu o rosto se encolhendo sob a proteção dela.
Eu não conseguia parar de olhar, mesmo com todo pavor que estava sentindo ao imaginar as duas sendo despedaçadas como o monstro fez com o cara.
Mas... Para minha grande surpresa! A criatura foi diminuindo... O grunhido ficou mais baixo, parecia que ela estava se acalmando... Então, eu vi a mutação ali na nossa frente, eu tremia e segurava a boca para não emitir nenhum ruído que fosse... Somente meu coração batia como um tambor.

A mutação já estava quase completa quando ele sentiu minha presença!
Virou a cabeça toda para trás de uma só vez... E olhou para onde eu estava com olhos que faiscavam vermelhos e brilhantes na noite... E soltou seu ultimo grunhido, mas tão poderoso quanto os outros, parecia um dragão irado. Eu pensei apavorado...

-Era o cara que me mandou fugir... E eu estou aqui...

Encolhi-me o mais que pude, fechei os olhos e esperei a morte “eu não poderia correr mesmo”...
Só que ele não veio a mim... Abri os olhos.... Ele havia se transformado completamente em um homem... Esguio, magro, com cabelos compridos jogados no rosto, que lhe caiam sobre os olhos. Aproximou-se da “pira” e eu disse quase num sussurro:

~~ AMOM!! O que estava com a bruxa daquele dia! 

Ele estendeu a mão para moça que aceitou sem pestanejar. Ele olhou para a mulher que estava com a moça de uma maneira que a fez ir embora como se tivesse sonâmbula.
Depois pegou a mocinha nos braços, retirando da “pira” e soltando lentamente de forma que ela foi ficando de pé na frente dele, rente ao seu corpo, olhando-o nos olhos... Hipnotizada.
Ele a enlaçou pela cintura com um braço, e com a outra mão colocou os cabelos dela para trás, segurou o rosto dela e o suspendeu como se fosse beijar!
Chegou bem próximo aos lábios... Ela continuava imóvel com os braços ao longo do corpo. Ele soltou-a pegou as mãos dela, beijou-as e as colocou apoiadas sobre o peito dele . A moça continuava a olhá-lo sem nenhuma ação.

Ele atravessou a mão por trás da cabeça dela, até alcançar os cabelos por cima do ombro e puxou, delicadamente, deixado o pescoço estendido e foi abaixando devagar o rosto até o pescoço dela.
  Da onde eu estava parecia que ele a estivesse beijando ali naquele local  sensível feminino.
 (sabe como é?... para excitar...) Mas o beijo demorava... Demorava... E ... Ela amolecia...
As pernas dela dobraram, os braços caíram ao longo do corpo novamente. Amom segurando-a pela cintura e pela nuca, continuava... Continuava... Eu queria gritar... Mas a  voz não saía diante do medo... e pensava, talvez para desculpar minha unutilidade:

= *(De que adiantará eu gritar? Eu não a salvarei mesmo! E ainda morreremos juntos.)

Até que Amom parou! Pegou-a nos braços e a deitou sobre a “pira” Ela estava imóvel... Jaz sobre a pedra fria, parecia morta!

= (Claro que ela está morta meu Deus! E eu nada fiz...)! Pensei colocando as mãos sobre o rosto.

Quando olhei novamente, o “Homem monstro” acariciava o corpo dela em um ritual, começando dos pés até chagar em seus lábios, e ela continuava imóvel, ele retirou o, sobretudo que vestia e a cobriu, olhou nesse momento para onde eu estava escondido e rugiu ameaçador. Avisando que sabia da minha presença. Depois se sentou ao lado dela na pira e esperou: uma, duas, três horas (eu continuava lá porque tinha medo de fazer qualquer movimento).
Depois desse tempo ela se mexeu!... Deixando-me mais assustado ainda... Pensando

= *(Ai meu Deus! Agora têm uma morta-viva e um monstro-mutante)!

Em seguida a coitadinha começou a tossir, puxava o ar que não vinha, vomitava agonizando.
Em uma cena que me apavorava aos extremos. Principalmente quando Amon mordeu seu próprio dedo e ofereceu seu sangue a moça... Ela recusou!
Eu fiquei preocupado ao notar que ela ainda estava "viva" e  com dores que a fazia se contorcer. Então, resolvi ir até lá ajudar. Mas parei quando Amon a pegou pelos ombros, levantando-a e colocando-a sentada na “pira”, abriu a camisa com um arrancão e rasgou seu próprio peito com as unhas que eram enormes, abrindo um ferimento profundo sobre o mamilo esquerdo que logo tingiu de vermelho sua camisa branca. Ele segurou a moça pelos cabelos, enlaçando na mão, ela ainda estava mole, a cabeça caia sem firmeza. Ele colou a boca da moça no seu mamilo que sangrava e disse;

= Kaya! Me ouça, por favor! Sugue meu sangue ou voce vai morrer. Não posso te obrigar, só posso pedir. E eu imploro!

A moça se debatia sem querer de maneira alguma fazê-lo. Talvez ela soubesse que se fizesse se tornaria um vampiro e pela conversa que ouvi deles ela não queria ser vampiro por milhares de motivos. Que qualquer dia eu contarei para voces.
Mas Amon não a soltou, tanto fez que de repente a moça abocanhou o peito dele e não queria mais soltar como se daquele ato dependesse a vida.
O morfo jogava a cabeça para trás e urrava, não sei se de prazer ou de dor. 
De repente começou a sentir-se fraco e empurrou-a, mas ela não o largava, então, num ato desesperado ele deu um soco no maxilar dela levando-a à nocaute e também caiu debruçado sobre o corpo dela por alguns instantes. Eu pensei:

= * (Essa é a minha deixa) !

E procurei um jeito de levantar sem fazer ruído, mas minhas pernas não ajudavam, elas estavam emperradas pela posição de cócoras em que fiquei encolhido tanto tempo. E novamente ouvi o urro bestial da fera que havia se refeito enquanto eu tentava me levantar! E... Estava morfando para o monstro... Fiquei desesperado e pensei;

= *( Meu Deus! Se a moça não morreu com aquele soco, vai morrer agora estraçalhada)!

Tentei ficar de olhos fechados para não ver acontecer... Mas não consegui! Vi quando o monstro de aproximou dela... Mas...
Ele ajeitou com carinho sobre o corpo da moça o casaco de Amom e passou suas unhas enormes... De leve pelo rosto frágil... tentando uma carícia.  Eu achei incrível que aquela coisa medonha tivesse um gesto de carinho.
Entretanto... Eu Tremi.. Quando o monstro alado lançou seus olhos de fera para o meu lado!
(eu molhei as calças) 
O Alado pegou-a com todo cuidado em seus braços e alçou voo passando rasante sobre a minha cabeça... Na hora em que eu já começava a me levantar... E com o susto cai de volta ao solo sentado em meu mijo e o monstro- homem foi embora levando sua presa...

     Quando cheguei à pousada em que eu me hospedava contei para Allan o garçom meu amigo. 
Ele me disse que se tratava da Ascensão de Kaya a filha de Ka-Hala. E que esse Ato deveria ser normal para ela. Todas as moças do Clã das bruxas quando chegam a idade certa que são dezesseis anos, se não me engano, passam por isso.
 Disse também, que as moças não sofrem como eu estava contando, porque a Deusa Lilith se apossa delas antes da copula. E o acasalamento não é sentido por elas, depois ele falou conhecedor das coisas.

-- A Criatura que voce me contou só pode ser Last ou Amon. São os vampiros que rondam a floresta aí ao lado vez em quando.

Olhei na mesa em frente. Havia um belo rapaz com rabo de cavalo e uma rosa vermelha na mão e fez um sinal para mim de;

- Não foi eu!

Pagou e saiu. Eu fiquei de boca aberta de como ele havia escutado nossa conversa, se falávamos quase sussurrando devido meu receio. Allan sorriu e disse:

-- Aquele é Last!

- Last? Mas não é... Um... Um vampiro... Aqui?

-- Calma Hecto! Last é um original. Não anda por ai mordendo pescoço de qualquer um.

Em seguida, Allan me contou sobre os vampiros originais e principalmente sobre Last e sua família. Contou-me que o que eu assisti Foi um ato do Vampiro Amon (já que o Last havia dito que não foi ele) Foi uma transformação. A bruxinha seria uma bruxa vampiro à partir daquele momento. Fiquei com muita dó porque ela não queria ser um vampiro.

Eu subi ao meu quarto e não consegui mais esquecer tudo que presenciei. Na noite seguinte não sai para colher sons, não por medo. Mas eu estava ainda muito abalado. Foi quando Last se aproximou da minha mesa, me pagou um Gim com Soda e me contou que Amon amava Kaya. Que ele havia pedido que Amon não fosse assistir a ascensão, porque temia que Amom não suportasse vê-la nos braços do seu consorte e seu lado fúria tomasse a frente. Contou-me também, porque Kaya não aceitou um ato que seria normal entre as bruxas. Mas isso vai morrer comigo. 

Obrigado pela oportunidade de estar entre voces.

Como Hector disse no começo, ficamos divididos diante da sua história. Uns ficaram com raiva por Amom ter mordido a Bruxinha Kaya se ele sabia que ela não queria. Outros ficaram com pena dos dois. Porque no caso ele também sofreu por tê-la transformado depois do caso passado. Outros ainda, acharam ser uma linda história de amor. Agora todos presente sabia como foi a transformação de Kaya. O Vampiro que Elessar salvou de finalmente ter um descanso. Teria sido egoísmo? Ou Elessar não sabia que a morte de um Vampiro é sua salvação da prisão eterna??  Nunca perguntaremos isso a ele. Seria colocar mais um sofrimento em sua cabeça, Mas é um caso a se pensar. Quando amamos somos egoístas!.

Emre se encaminhou a sua bela acompanhante que estava visivelmente emocionada e abdicou da próxima rodada, então ela ficaria duas rodadas sentada a que ela abdicou e na rodada de Emre.
 Emre beijou-a no rosto e se encaminhou para....
.......

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Doce sedução.