"A Fogueira da Vitória" 3ª parte Wander & Dseyvar

Capitulo V
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Emre escolheu: O jovem Francesinho que o Magno trouxe no ombro para seu acampamento quando o encontrou ferido. Emre falou ao tocar nas costas dele.

- Agora é a sua vez Wander! Conte-nos uma história!

O francesinho se levantou gaguejando e disse:

- Eu? mas por quê eu? 

Porque todos que estão na "Roda Cigana" irão nos contar uma história. E agora não tem mais como sair. Voce esta entre os "Amigos" e deve honrar esse título! - Explicou Dedylson!!
WANDER
= Com: A Serra dos Tordos!
Nils Kuiper
Boa noite! Peço que me desculpem o meu idioma um tanto atropelado. Tenho estudado todos os dias para não precisar de um intérprete quando viesse até voces. Fiquei feliz por Dedylson ter me convidado para a festa do Grande amigo Elendil. Mas não sabia que seria chamado para contar uma história. Estou muito feliz e me sentindo um de voces.
Eu não tenho aventuras como as de voces, mas que foram grandes aventuras para mim.

- Cresci em uma família tradicional de caçadores.

- O que? O que voce faz aqui? Falou Irina pronta para batalha!

= Acalme-se bela Lady! Não são desse tipo de caçadores!

Falou Elessar! Irina sentou-se novamente e o Francesinho se encolheu... Pedimos a ele que continuasse. Ele começou meio tímido dessa vez.

Sim! Merci!

Meu Pai... Fazia-nos desejar a caça e, de certa forma, até nos obrigava a sofrer um pouco se queríamos aceder a ela.
Ele dizia que nós os seus filhos, só o acompanharíamos para caçar desde que tivéssemos boas notas no Liceu e na  Faculdade. O sistema dele deu certo, pois, de 2 irmãos os 2 têm grande paixão por este desporto e também fomos muito bem nos estudos.
Para nós era maravilhoso, porque nosso pai nos avisava com um ou dois dias de antecedência e, na véspera, apenas dormitávamos com aquela emoção e o desejo enorme de sair para o campo.

Minha paixão pela caça acompanhou a de meu pai. Uma vez quando estávamos na África com apenas 7 anos de idade, eu sai sozinho para os matagais à volta da nossa casa, com uma pequena espingarda de madeira nas mãos, procurando... O "leão". Quando meu pai me encontrou depois de procurarem a tarde toda me passou um sermão que lembro até hoje e como castigo: ele não me deixava chegar nem perto dele quando estava se preparando para sair a caça. E me disse.

- Wander! Nunca pense em caçar um leão! Os leões são felinos com uma peculiaridade importante: podem caçar sozinhos, mas têm uma eficiente organização grupal, em que cada um tem sua função na luta por proteção e alimento para o bando. Apesar de outros animais também poderem se organizar para caçar em situações específicas, o leão é um estrategista particularmente eficaz nas matanças em grupo. Um Leão merece respeito! Nós caçamos animais de criação fácil como lebres, perdizes, coelhos. Não mexemos com animais que mantem a manutenção da terra! Nunca se esqueça disso!

Depois do sermão, eu tive que guardar no bolso a ideia errada que eu tinha do que era ser um caçador e guardar no bolso; o tal "embrião ou instinto predador" que achava que um caçador possuía. Mas eu era um menininho. E assim, completamente castrado pelas circunstancias da educação eu aprendi de verdade o que era ser um caçador.
Quando meu pai regressava ao fim de semana da caça. E colocava sobre a mesa no quintal as perdizes, as lebres, os coelhos, os tordos. Eu os virava de um lado para o outro, observava-os, fazia perguntas e, sobretudo, ouvia-o com muita atenção.

Depois de inúmeras e contínuas insistências de minha parte (que sou o filho mais jovem) naquele ano eu me sentia apto a caçada e pedi muito que ele me levasse. Meu pai queria que eu visse a mata só quando estivesse repleta para que o entusiasmo não esfriasse, e aquele era um ano muito pobre de tordos. Mas eu sou muito convincente! Pesquisei e descobri a zona onde ainda circulavam alguns pássaros, e acabei por convencê-lo e lá fomos nós aos tordos.

Combinamos e encontramo-nos na véspera, na casa do "Caim" em uma cidade próxima, pelas dezesseis horas. Meu pai iria apanhar meu tio, e rumaria para o local que ele riscou no mapa depois da minha pesquisa (eu tinha dez anos de idade).
Arrumamos a bagagem no Jeep, sentei-me no banco de trás com o Miguel, meu primo. Fizemos uma deliciosa viagem quase sempre na brincadeira com meu tio que parecia uma criança..
Jantamos no restaurante perto da entrada da mata e fomos “dormir" era uma vila residencial que alugava chalés para os caçadores.

Às 5 horas da madrugada o telefone tocou para despertar-nos e, em vez de ser o meu pai a acordar e a levantar-se, foi Eu muito eufórico

- Pai! Pai levanta-te! Vamos para a caça

- Que autentica delícia ouvir isto! Gosto de saber que meu filho tem amor pelo desporto.

Falou meu pai ao levantar-se.
Às 5h30 estávamos todos na parte do restaurante para tomarmos o pequeno almoço. Esta residencial, tem a vantagem de, a partir das 5h00, os caçadores poderem tomar o seu pequeno-almoço e seguir viagem com o estômago mais "confortado".
Os tordos, sendo poucos aquele ano, foram aparecendo continuamente até a metade da manhã, sendo aquela zona pelo que eu pesquisei, uma das melhores "cortadas" de tordos da zona da Serra.

À medida que os tordos iam caindo, lá ia eu a correr para apanhar os tordos. O grupo tinha conseguido quatro! Quando eu já havia apanhado todos e espreitávamos se viriam mais alguns. Eu gritei:

- Pai olha que vem lá um! Que decepção quando ouvi ele dizer sorrindo:

- Não filho, isto não é um tordo, é um pássaro, um pardal, e não é permitido caçar.

- Por quê ? – perguntei para disfarçar a bobeira..

Com muito tato, meu pai explicou-me sobre as leis, sobre as regras, da caça, das armas, do estar no campo etc.
Disse-me que uma perdiz vive de um a cinco anos em plena liberdade, de cerro em cerro, no montado. Voa quando lhe apetece, come quando tem necessidade e põe ovos quando a natureza chama por ela. Eu disse a ele que: então, as perdizes tinham muito melhor vida do que as das galinhas que viviam enjauladas em gaiolas de 40cmx40cm , obrigadas a comer dia e noite para engordarem à força e porem ovos. E que essas perdizes tinham também muito melhor vida que uma vaca encurralada num quadrado de cimento onde também era obrigada a comer continuamente para dar leite e mais tarde ser abatida sem dó nem piedade.

Eu estava visivelmente satisfeito com a vida das perdizes.
Meu pai tinha feito nascer em mim a vontade de ajudar e de me sentir importante em estar a ajudar o Pai. Ele me pedia que buscasse mais cartuchos. E eu o via me observar pelo canto do olho, quando lá ia eu a correr direito ao saco, sempre que precisava de cartuchos novos eu  enchia uma luva de lã que tinha levado e trazia com entusiasmo.
Para eu um menino, estar com eles na caçada. Era uma aventura! Era muito importante! Fazia-me sentir responsável.

Pelas 12h00 terminamos e o regresso até a vila foi feita em um trator que por ali passava e o condutor nos chamou.
Aquilo era mesmo uma aventura para mim. Ter ido a minha primeira caçada e ainda andar no reboque de um trator agrícola.
Quando chegou a hora do almoço, acendemos uma fogueira no campo, em local apropriado para o evento, grelhamos umas costeletas de porco que levamos no gelo, e deliciamo-nos com a refeição na frescura do montado dos tordos.
No regresso eu adormeci no Jeep. Eu estava profundamente cansado e deitei com a cabeça em cima da perna do meu pai que passou a maior parte do caminho fazendo festas no meu cabelo, tentando adivinhar se eu estaria a sonhar com os Tordos da Serra dos tordos.
Mesmo que nos outros anos eu os tenha acompanhado na caçada. Ficou preservado na minha mente o gosto daquele maravilhoso dia passado no campo. E o melhor! Deixando meu pai seguro que nas próximas épocas de caça eu estaria muito mais ansioso por regressar com ele à caça.

Na atualidade, são frequentes os Pais que, sendo possuidores de um desejo tão grande de que os seus filhos sigam os seus passos e sejam caçadores que, desde tenra idade ( 4-5 anos ) pegam-nos e levam-nos para o campo, para os acompanhar na caça. Crianças que mal aguenta uma codorniz. Penso que, na maior parte dos casos, estes filhos chegarão à adolescência fartos! De tanto os seus pais os obrigarem quase todos os domingos a irem para a caça.
Os tempos de hoje também não contribuem de todo para que um menino seja caçador.
Merci por essa oportunidade maravilhosa. Vou guardar como mais uma aventura em minhas recordações.

Claro que valeu a pena a história de Wander. Mesmo que ele não tenha dizimado vilões, visto algum monstro ou bruxo negro por ai. O que ele passou foi para ele uma grande aventura.
Aventuras: são o que nós os protagonistas achamos que é uma aventura.Não quem ouve ou lê em algum lugar. Só quem vive pode dizer se realmente foi uma aventura o que viveu.
Aplaudimos o jovem Wander e imediatamente Emre se encaminhou a Dseyvar que estava tomando uma taça de vinho de maçãs e até engasgou com sua escolha. Emre deu uns tapinhas nas costas dele e disse:

- O que é isso Elfo? Eu sou testemunha de seus préstimos e entre eles ouve muito do que se pode chamar uma aventura.

Dseyvar deu um sorriso amarelo e agradeceu a gentileza do semideus. e disse:

- Não vou contar sobre uma das histórias que voce já conhece... Bem... vou contar uma que até hoje foi meu segredo:

DSEYVAR
Com: A  Mutação da Feiticeira

Eu fui apaixonado por uma Elfa de “Suryanna”... A Feiticeira Ächa (se pronuncia Aza)
A líder dos arqueiros, que amava um Humano. Ela e eu éramos grandes amigos.
Um dia sem que eu esperasse ela chegou em pranto copioso enquanto eu treinava meus soldados na aula de esgrima falando entre as lágrimas:

- Senhor Dseyvar! Eu preciso de ajuda. O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma humana; sou antes de tudo, uma Elfa feiticeira, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está que tem saudade… sei lá do quê! Apaixonei-me por um humano e o amo com todas as minhas forças. Mas não podemos estar juntos porque não sou humana... ou porque ele não é um elfo... Ah... Tanto faz.

- Sem mais o que fazer, eu dispensei os soldados e tentei acalentá-la:

= Minha doce menina! Você é jovem demais para entender no que está se arriscando.

- Não Dseyvar! Eu compreendo todo perigo que estou correndo, mas se eu fechar os braços para o amor, estarei apenas abraçando a mim mesmo e isolando-me no mundo, ou pior, descobrindo o sabor da solidão... Eu não consigo encontrara a justiça nisto. Porque somos obrigados a vivermos  separados assim. Porque não podemos escolher? Porque precisamos aceitar que escolham por nós?

Eu procurei os ensinamentos de meu mestre e disse a ela.

= Oh Minha querida! Os seres elfos ou não sentem medo do amor! Porque o amor é tão poderoso que os seres apaixonados sentem-se perdidos! O amor constrange! O amor liberta! O amor tem poder! Esse é o medo dos povos. São tantas coisas que separam um elfo e um humano do amor...
Porém, se você realmente ama, não tente ser perfeita, apenas seja voce com acertos e erros.
 Se você sente este amor dentro de seu coração. Se voce sente mesmo real! Então  minha querida  deixe que os outros conheçam seus sentimentos. Liberte suas emoções! Se nem assim você tiver êxito. Então só te restará desistir.

Ächa saiu de perto de mim, mais confusa do que chegou.
Andava de um lado para o outro, pra frente e pra trás como se tivesse ficado louca. Ela olhava para frente, mas seus olhos não pareciam enxergar, seu rosto estava banhado em lágrimas, falava com frases entrecortadas devido o choro compulsivo.
De repente ela voltou na porta do salão de treino e disse:

- Minha mãe Dseyvar! Ela poderá me ajudar! Ela é um espírito.

Ächa pegou algumas coisas colocou de qualquer maneira em um alforje e foi até a montanha de Milthim onde a matéria de sua mãe descansava.
Ela poderia ter se transportado, mas estava tão desnorteada que foi correndo. Chegou ao topo da montanha já estava escurecendo e a noite alta não teve lua.
 Entretanto da redoma que guardava o corpo intacto da elfa emanava uma claridade infinita como uma aura de poder. Krishtah continuava linda em sua beleza pálida!
Sob seus braços cruzados, o cetro de poder das feiticeiras que o elfo seu esposo fez questão de manter junto a sua amada.
Ächa que parecia ter enlouquecido procurava uma maneira de abrir a redoma, que foi fechada por magia, para proteger o cetro de poder que está junto ao corpo de Krishtah! Protegendo assim a Elfa e o cetro.

Ächa que também era uma feiticeira, morfou para “Regulus” um grande leão alado. Assim, ela teria mais forças, além da habilidade. Procurou no poder de “Regulus” algum feitiço que abrisse a redoma sem ferir o corpo de sua linda mãe.
Não podendo usar o feitiço do fogo. “Regulus” Buscou nas as forças Elementais do vento, mas não arredou um tanto se quer da tampa da redoma. Então pensou em quebrar  a tampa com a sua força Freezer de dragão do gelo. E soltando uma rajada de ar frio congelou a tampa.
Ächa pensava em quebrar assim a tampa sem ferir sua mãe. A redoma ficou totalmente envolta em gelo polar... E o grande leão alado bateu em cima da caixa com sua força estrelar de “Regulus”.

Eu não fiquei em paz sem saber o que ela iria fazer e me transportei para lá... Cheguei a tempo de ver a tampa rachar... E das fissuras da rachadura  foi liberado um raio azul que jogou “Regulus” longe... Ao mesmo tempo em que morfou novamente para Ächa em pleno ar caindo do alto do penhasco de Milthim... Em uma queda vertical e rápida. Ächa tentou usar seu poder de levitação, mas algo em seu corpo não respondia aos estímulos mágicos.  Naquele momento o meu poder de levitação que eu estava a anos tentando aprender funcionou... E eu... A peguei durante a queda levando-a de volta até a redoma. Mas Ächa mal conseguia ficar de pé, ela me olhava estranho, em silêncio... Parecia não me conhecer.

Assim que a coloquei ao lado da redoma novamente. Ächa começou a inclinar o corpo... Mesmo sem estimular seus poderes,... Parecia que isso era algo desconhecido para ela... A redoma era bem na ponta de Milthim! Uma luz dourada iluminou todo o local ofuscando minha visão.
Ainda confuso com o forte brilho, eu me aproximei bem devagar... Tinha muito medo de que ela caísse. Agora era Ächa que começara a brilhar intensamente e seu corpo flutuou, eu continuei a olhar para ela intrigado... Ächa estava mudando. Aquilo era incrível! Eu estava maravilhado.

As lãs dela começaram a aumentar e avolumar-se espalhando-se como se fossem comandada por ventos fortes, seu corpo modificou, seu tamanho aumentou em poucos segundos deixando-a muito mais linda que era..

O que mais me impressionou, foram as asas!!! Elas apareceram pequenas e de aspecto frágil.
E foram tomando proporções gigantescas. Por fim tornaram-se o par de asas mais lindo que já tive o prazer de ver entre os elfos alados.

Os olhos azuis de Ächa ficaram ainda mais claros e brilhantes! De uma cor surpreendentemente linda. E eu não estou exagerando.!
Aquela loucura de quebrar a redoma de sua mãe... Causou nela uma transformação. Que com certeza iria acontecendo gradualmente se ela não tivesse ousado tanto.

- Ächa!

Eu a chamei ainda atônito... Sem acreditar no que presenciava. A transformação estava completa.
Mas... O corpo dela que estava flutuando, caiu enquanto ela ainda estava  desacordada. E eu novamente levitei por instinto no despenhadeiro e aparei Ächa em meus braços.
Sem saber como consegui aquele feito... Um tanto desnorteado... Voltei com ela para a plataforma rochosa onde estava a redoma da Rainha Krishtah.

Ächa acorda meu bem! Você está melhor?

Perguntei mais uma vez na esperança de obter resposta. E graças aos Deuses Élficos ela despertou;

– Sim! Estou... Eu... Estou bem... Quem é você ? O que aconteceu?

Perguntou Ächa enquanto abria lentamente os olhos. Eu chorei emocionado ao ouvir novamente a voz dela. Ächa! A minha pequena Ächa estava viva!
Abracei forte a nova Ächa ainda chorando...
 E ela se desvencilhou de mim perguntando com sua nova voz:

- Hey! O que está acontecendo? Pode me soltar! Estou bem! O que houve aqui?

Ela não se lembrava de mim e não estava entendendo a minha atitude e eu perguntei intrigado:

-Você não se lembra de nada?

-Bom... Eu...

Ela olhou-me como um bichinho assustado quando buscou em suas memórias e não encontrou o motivo para estar ali. Eu poderia ficar feliz... Ela não lembrava o motivo de estar em “Milthim” Então não lembrava também do humano. Mas eu preferia que ela estivesse com ele a estar assim tão perdida. Causava-me dó aquele olhar. Ela abaixou os olhos, estava triste por não lembrar. e disse:

- Deve ter sido algo extraordinário para me trazer a “Milthin” Um lugar sagrado.

Ela disse isso no justo momento em que percebeu a redoma magica de sua mãe rachada... Imediatamente foi até ela, mas... Sentiu um incômodo nas costas... Virou a cabeça meio de lado ainda sem entender e deu um grito:

- Asas? Por quê eu... Estou alada!!! Como assim? Eu,.. Ainda não completei a idade certa? O que eu fiz? Adiantei o tempo? Oh minha voz esta estranha...

Eu apanhei um manto na sacola dela e dei a ela dizendo:

- Cubra-se querida!

Ela pegou o manto agradeceu e começou a enrolar-se nele e viu que além da sua vós estar mais grave e mais feminina, seu corpo estava maior incluindo seus seios que estavam maravilhosos! Ela perguntou cobrindo-se.

- O ouve comigo?

-Parece que a luz do cetro da redoma de sua mãe, que é um objeto magico, te fez passar por uma transformação.

Expliquei sorrindo ao vê-la esconder de mim os seus seios toda sem graça... Antes ela não se envergonhava deles, estávamos acostumados a tomar banho juntos.
 A seguir contei a ela tudo que aconteceu durante sua aventura em ir até “Milthim” correndo pela “floresta negra” até a redoma... Err... Para consertá-la  Ela perguntou assustada:

- O que eu queria cometendo um disparate como esse sem os magos? Eu poderia ter estragado todo trabalho deles em manter o corpo de minha mãe intacto?

Eu sabia exatamente o que ela foi fazer ali, mas preferi me calar já que Ächa esqueceu. Pelo menos por enquanto, ela não estava sofrendo daquele jeito que me arrancava um pedaço.
Quando olhei para o rosto da Rainha Krishtah. Vi um quase sorriso que eu entendi; como ter sido bom não revelar para a filha dela o motivo de sua ida a “Milthim” Então eu disse o que me veio a mente: Se ela não se lembrava de mim, não lembraria que eu sabia que ela foi até a montanha.

- Acho que  ao tentar vedar a rachadura voce foi irradiada pelo cetro de poder da Rainha. Mas não sei como voce soube da rachadura, nem porque veio sozinha..

Eu disse isso logo, antes que ela perguntasse mais alguma coisa e notasse que eu não estava sendo verdadeiro. Ächa levantou-se enrolada no manto e disse arrancando meu coração.

- Quem é você Elfo? Como se chama? Por que está me ajudando? Não tenho o costume de estar com quem não conheço e não sei as procedências. Afinal sou  de grande importância para meu povo.

- Meu nome é Dseyvar! Assim como voce sou de “Suryanna” Meu pai é Aodh de “Suryanna” Somos amigos de infância. Espero que voce se lembre de mim. Se isso estiver entre os planos dos Magos dessa redoma.

- Que seja!

Disse Ächa se afastando de mim, e dizendo a palavra “Régulus” Transformou-se no grande Leão alado que agora possuía asas douradas como as dela e a juba branquinha, como flocos de algodão.
 E usando dois poderes em conjunto. Fogo e gelo ela vedou a rachadura da redoma. Quando terminou voltou a sua forma e eu disse:

- Está perfeito Ächa!

- Sim! Eu não poderia deixar o corpo de minha mãe desprotegido e a mercê de todos os bruxos que querem o cetro mágico.

A elfa acabará de passar por uma transformação de corpo, agora estava passando por uma transformação de alma. Eu podia ver a lua nas lãs dela.
Era uma visão belíssima! E eu estava perdidamente apaixonado por ela. Mas ela nem sabia disso. Aliás, nem se lembrava de mim
Eu a chamei para voltarmos a "Suryanna" apanhando suas coisas no chão.

- Vamos Ächa! Já estamos atrasados demais.

- Atrasados para que?

- Eu, porque preciso arrumar minhas coisas que vou sair bem cedo para encontrar uma pedra preciosa e rara de nome "ye-REM-ay-ev ite” (Se lê - "iaemaievite") para destruir o Feiticeiro que raptou meu pai. E voce, porque hoje tem uma cerimônia importante em sua residência. Sua família deve estar muito preocupada.

- Quer ir voando então? Hein?

Perguntou a elfa com sarcasmo. Achando que eu teria medo. Eu respondi :

- Só se for agora!

A elfa abriu suas belas asas, avançou para o despenhadeiro e me pegou no voo... Ela cambava para os lados... Suas asas eram "novinhas" e era seu primeiro voo... Eu não me permiti tremer.
Mas limpei a garganta demonstrando meu nervosismo com a falta de habilidade dela...
 Estávamos perdendo altitude com muita velocidade... Mas usando a habilidade e a percepção de uma guerreira! Ächa consertou o voo fazendo uma incrível performance no ar e desviando da encosta que eu já me via espatifar, mas não a abandonaria de jeito algum, mesmo que morrêssemos juntos chocando-nos contra as rochas.
Fomos para "Suryanna"!
 Chegando lá, a recepção já estava no auge e todos procuravam por Ächa que entrou pela janela.

A Familia real também compareceu! Eu tive bem pouco tempo para me arrumar, ainda tendo que ouvir o sermão da Emka que me dizia aos gritos: que queria estar na festa a tempos por causa de seu “amigo” Anaake Lainn.
Chegamos na festa meia hora depois de chegarmos de “Amilthin” Bem a tempo de ver descer as escadas a "Princesa feiticeira Ächa" com suas belas asas abertas.
Uma visão que iluminou meus dias até hoje.
Os convidados prestaram reverência. Ächa estava apta a ser a nova Rainha dos Elfos feiticeiros de "Suryanna". Com o nascimento de suas asas mesmo que precoces.

Pela festa circulavam elfos e humanos, porque estávamos em “Suryanna”.
Quase no final da festa o senhor "Lihassi" pai de Ächa pediu a palavra.
Todos nós nos calamos para ouvir seu proclame com atenção.
Após um olhar ao seu assessor que foi até a porta; adentrou o salão um belo Elfo que roubou todos os olhares!  Com ele  vieram vários outros que o seguia trazendo caixas enormes de prata.
Meu coração parou por alguns momentos. E eu não queria que ele voltasse a bater...

 O Belo Elfo chegou perto do pai de Ächa com uma caixinha que deu a ele de presente e pediu a mão de sua filha... Enquanto os outros elfos oferecia os presentes aos familiares.
Meu coração voltou a bater a força... Quando o humano que Ächa amava e esqueceu, chegou junto de mim e disse;

- Por favor! Voce que é amigo dela. Diz para mim que ela não vai aceitar.

E segurou na minha mão como se soubesse do meu amor e estivesse sendo solidário...
Após o discurso, o belo elfo ajoelhou-se aos pés de Ächa com os anéis...
Aguardou as apresentações e perguntas que são de conveniência de todos os pais e...
Ficaram noivos.
As fadas trouxeram um cordão de flores para enlaçar o casal.
E... Ächa... Aceitou... Feliz como se nunca tivesse se apaixonado antes.
Os pais dele e dela trocaram presentes, não são obrigatórios. É apenas um modo gracioso de reconhecer a união dos dois clãs.
Etahn e eu saímos da festa. Nada mais tínhamos a fazer ali...

Esses tempos em Uaht me fizeram crer que talvez eu não a ame mais... Mesmo que a amasse. Ela é a Rainha dos feiticeiros Elfos de “Suryanna”.
Eu parti em busca de meu pai antes do casamento... Eu não suportaria ver a união deles.
O casamento elfo e feito diante de todos (somente elfos) em uma tenda feita para os dois. Com os mais finos tecidos. Os noivos se despem antes de entrar na tenda. Eles entram por lados diferentes da tenda... E encontram-se no centro da tenda despidos. As fadas trazem novamente o arco de flores sempre-vivas e enlaçam o casal que se abraça.
É no ato da união corpórea que o casamento é concluído, e após essa junção de corpos a união matrimonial está completa. E o cordão com as pequeninas e belas flores que as fadas fizeram... O elo que uniu os corpos de dois elfos apaixonados. Será sua aliança.
O dia em que um dos dois não quiser mais o casamento... Basta partir o elo que é guardado como um tesouro. Mas eu nunca soube de um casamento elfo desfeito.

Dseyvar levantou e cumprimentou todos com um sorriso ensosso. Ninguém falou nada. Ele só queria esvaziar um pouco seu coração de uma dor antiga. Como quando damos um suspiro. Nos o cumprimentamos com carinho e Emre levantou-se e foi até Sitaara que mais uma vez estava abalada, mas ele disse.

- Levanta Elfa! Voce foi honrada com um compromisso e precisa cumpri-lo!

- Sim Emre! Obrigada.

Sitaara falou segurando as lágrimas e dessa vez não brincou levantou e foi direto em....
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Comentários

  1. O Wander surpreendeu com a caça junto ao pai e essa delícia agora do moço apaixonado teve que disfarçar seu coraçãozinho triste.

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  2. O Wander surpreendeu com a caça junto ao pai e essa delícia agora do moço apaixonado teve que disfarçar seu coraçãozinho triste.

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